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UFRJ estuda ligação entre apneia do sono e agravamento de hipertensão

Começam amanhã (6) os primeiros exames para diagnóstico de apneia do sono em pacientes que sofrem de alterações na pressão arterial. Os testes, que poderão apontar a necessidade de inclusão de um novo tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), serão f

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 08.09.2010, 21:58:00 Editado em 27.04.2020, 20:57:43
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Começam amanhã (6) os primeiros exames para diagnóstico de apneia do sono em pacientes que sofrem de alterações na pressão arterial. Os testes, que poderão apontar a necessidade de inclusão de um novo tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), serão feitos no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), conhecido como Hospital do Fundão.

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No início da semana, o hospital universitário recebeu um laboratório para investigação da doença que se caracteriza por paradas respiratórias durante a noite. A gravidade da apneia do sono pode ser considerada de moderada a grave a partir do registro de mais de 15 períodos registrados durante uma noite.

De acordo com uma das responsáveis pelo projeto, a médica Elizabeth Muxfeldt, a apneia do sono pode ter uma relação direta no agravamento dos quadros de hipertensos resistentes [aqueles que usam mais de três drogas anti-hipertensivas e ainda assim não conseguem controlar a pressão arterial].

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“A apneia estimula não só o sistema nervoso autônomo como também a parte endócrina [hormônios] fazendo com que eleve a pressão arterial e provoque outras alterações cardiovasculares que levam ao aumento do risco cardiovascular. Paciente com apneia tem mais risco de arritmias graves, mais doenças coronarianas justamente por causa dessa estimulação neurológica e hormonal decorrente dessas paradas respiratórias durante a noite”, explicou a médica, afirmando que esta é uma teoria reconhecida internacionalmente.

Segundo Elizabeth Muxfeldt, o tratamento ideal para esse paciente é o uso da máscara conhecida como CPAP (máscara de pressão positiva de vias aéreas superiores). O equipamento tem um custo alto que varia de acordo com graus de sofisticação, podendo ser adquirido, segundo a médica, a partir de R$ 3 mil. O SUS não cobre o tratamento atualmente, mas Muxfeldt aposta que a comprovação da relação entre as duas doenças pode mudar esses parâmetros.

“No projeto os doentes serão divididos em dois grupos. Metade vai usar a máscara e outra metade não vai usar. Antes da máscara, eles vão fazer avaliação cardiovascular em relação à pressão, arritmia, massa do coração, exames hormonais e outra série de exames que vai ser repetida depois de seis meses do uso do equipamento. A gente vai avaliar então se realmente confirma o que se tem na literatura internacional se o uso do CPAP melhora todos esses parâmetros cardiovasculares, diminuindo o risco do paciente de ter um infarto, um derrame, de ter as complicações cardiovasculares. Mostrando que ela realmente diminui o risco cardiovascular, a gente espera conseguir que o SUS passe a pagar a máscara para o paciente”, afirmou a médica.

Na primeira fase de exames do laboratório, construído com verbas de R$ 900 mil da Financiadora de Projetos e Pesquisas (Finep) e do Ministério da Saúde, a prioridade serão os pacientes com hipertensão resistente do Hospital do Fundão. O laboratório começa a funcionar com quatro leitos, onde poderão ser feitos quatro exames por noite. A partir de abril do ano que vem, os exames poderão ser feitos em outros pacientes do Hospital do Fundão ou de outros hospitais públicos.

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