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Doria rebate Haddad e pergunta: 'Quem é ele para falar de corrupção?'

ARTUR RODRIGUES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito João Doria (PSDB) subiu o tom contra o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), após ser acusado de "desmonte" da CGM (Controladoria Geral do Município). "Quem é Fernando Haddad, do PT, para dizer que uma

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.08.2017, 17:05:06 Editado em 18.08.2017, 17:05:06
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ARTUR RODRIGUES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito João Doria (PSDB) subiu o tom contra o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), após ser acusado de "desmonte" da CGM (Controladoria Geral do Município).

"Quem é Fernando Haddad, do PT, para dizer que uma gestão do PSDB não quer combater a corrupção? O PT deu aula e curso de pós-graduação em corrupção no país durante 13 anos", afirmou Doria.

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Em nota, a equipe tucana também afirmou que Haddad, "que seis meses antes de deixar o cargo tinha 48 % de rejeição, não pode se arvorar a ser o único a praticar a moralidade na gestão pública".

Segundo a gestão Doria, "qualquer insinuação de que a substituição no comando do órgão vai acarretar prejuízo às investigações é infundada, além de um desrespeito ao controlador-geral Guilherme Mendes".

Em um texto intitulado "O fim da Controladoria Geral do Município", Haddad afirma numa rede social que "estamos retrocedendo" e lembrou a criação do órgão em sua gestão (2013-2016).

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"Esse órgão está sendo desmontado. Num primeiro movimento, retiraram dele o status de secretaria diretamente ligada ao gabinete do prefeito. E, agora, demitem um quadro técnico para nomear um aliado, retirando-lhe a autonomia", escreveu Haddad.

Este foi o maior ataque de Haddad à gestão João Doria. Até o momento, o ex-prefeito vinha mantendo uma postura mais diplomática, apenas respondendo às críticas da equipe de Doria à sua gestão.

A crítica feita por Haddad, dessa vez sem ser provocado, ocorre no momento em que ele é visto como um plano B do PT, no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser impedido pela Justiça de concorrer à presidência em 2018.

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INVESTIGAÇÃO

A controladora demitida investigava um esquema no qual servidores cobravam propina para fazer vista grossa a propaganda irregular nas ruas da cidade. O secretário municipal de Justiça, Anderson Pomini, afirmou que a ideia é colocar membros que atendam "às diretrizes desta gestão". "Passado oito meses, a gestão entendeu por bem atualizar e incorporar membros da gestão a esta equipe [da controladoria]", disse.

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O escolhido para a chefia da Controladoria foi Guilherme Rodrigues Monteiro Mendes, que ocupava até então o cargo de ouvidor-geral do município. Antes disso, ele atuou por 12 anos na Secretaria de Controle Interno do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo.

REBAIXAMENTO

Assim que assumiu a prefeitura, em janeiro, Doria rebaixou a Controladoria, que perdeu status de secretaria e passou a ser vinculada à pasta de Justiça. Com isso, o órgão que antes respondia apenas ao prefeito passou a ser subordinado a Pomini.

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A escolha de Laura para chefiar o órgão, no entanto, havia trazido à época um certo alívio aos funcionários concursados da pasta.

Procuradora da prefeitura, ela estava na CGM desde sua criação, em 2013. Naquele ano, o órgão revelou um dos maiores esquemas criminosos da história recente da cidade, a máfia do ISS, em que fiscais do município cobravam propina em troca de descontos no imposto de obras de grandes empreendimentos.

CIDADE LIMPA

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Atualmente, Laura investigava quadrilha de servidores que cobravam propina para fazer vistas grossas a anúncios irregulares de empreendimentos imobiliários e feirões de carros, burlando a Lei Cidade Limpa.

Revelada pela rádio CBN, a chamada máfia da Cidade Limpa atingiu a pasta de Prefeituras Regionais. O então chefe de gabinete da prefeitura regional da Lapa (zona oeste), Leandro Benko, foi gravado durante suposta negociação de propina.

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Ele é irmão do secretário de Turismo do governo Geraldo Alckmin (PSDB), Laércio Benko (PHS). Leandro Benko pediu demissão e outros cinco servidores foram afastados pela gestão municipal. Quase 20 pessoas já haviam sido ouvidas na investigação do caso.

Na Controladoria, o bastidor é de que o caso pode crescer, e a gestão Doria optou trocar Laura por alguém sobre o qual pudesse ter maior controle. Por isso, alguns funcionários da CGM estariam dispostos a colocar os cargos à disposição.

A mudança também pegou mal dentro do Ministério Público do Estado, órgão que tem atuado em operações conjuntas com a Controladoria. Na visão de promotores, a troca da chefe do órgão indicaria a perda de sua autonomia.

Em nota, a prefeitura afirma que "todos os processos e investigações abertos durante esse período terão continuidade, garantindo a independência da Controladoria conforme determina a legislação". A gestão também diz que "agradece os bons resultados obtidos por ela [Laura]".

Laura voltará à Procuradoria. Em nota, diz estar "absolutamente tranquila" com seu trabalho. Como exemplo, citou que ações em sua gestão geraram R$ 6 milhões em economia ao município, entre outras medidas.

EM FORTALEZA

Em Fortaleza, onde participou de evento de líderes empresariais, o prefeito João Doria disse que a demissão de Laura Mendes de Barros não tem ligação com as investigações de suspeita de propina a funcionários da prefeitura para autorizar propagandas ilegais na cidade.

"A mudança [saída de Barros] não tem nenhuma vinculação a isso, é uma troca normal comanda por nosso secretário da Justiça. Inclusive as investigações vão continuar, nós demitimos imediatamente todos os apontados, ou afastamos se concursados. A corrupção é um problema do Brasil, que se combate com gestão eficiente e estado menor", disse Doria.

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