ISABEL FLECK
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (11) que não descarta uma "opção militar" contra a Venezuela. Sem detalhar, ele afirmou que, "se necessário", poderá buscar uma ação militar.
"Temos muitas opções para a Venezuela, inclusive uma opção militar se for necessário", afirmou, em Nova Jersey, quando questionado por uma repórter sobre a situação do país sul-americano.
Trump não quis dar mais detalhes, só repetiu que uma opção militar é "certamente algo que podemos buscar".
"[A Venezuela] é nossa vizinha, e nossos soldados estão por todo o mundo, em lugares muito, muito distantes. A Venezuela não é muito longe, e as pessoas estão sofrendo e morrendo", disse o presidente americano.
O regime do ditador Nicolás Maduro não havia respondido à ameaça de Trump até a conclusão desta edição.
A declaração ocorre na mesma semana em que Trump subiu o tom contra a Coreia do Norte, ao dizer que os EUA responderiam "com fúria e fogo" caso o regime do ditador Kim Jong-un continuasse a ameaçar Washington com testes de mísseis.
O Itamaraty informou, após a declaração do presidente americano, que o Brasil defende uma solução pacífica e de diálogo para a crise no país vizinho.
A posição do Brasil é a mesma divulgada na declaração de Lima na última terça (8). O documento defende uma negociação "com pleno respeito às regras do direito internacional e do princípio de não intervenção". A declaração foi divulgada após encontro de representantes de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru para discutir a situação da Venezuela e se segue à suspensão de Caracas do Mercosul.
A crise venezuelana se intensificou depois da eleição de uma Assembleia Constituinte, no último dia 30, em uma votação cujas regras foram desenhadas para favorecer o governo e contestada por governos estrangeiros.
Após o pleito, os EUA afirmaram que a Venezuela é uma ditadura e aplicaram sanções contra Maduro, a quem acusam de romper a ordem constitucional. Foi o quarto pacote de sanções da Casa Branca contra venezuelanos neste ano.
A ONU denunciou que a polícia e as milícias chavistas têm utilizado força excessiva e tortura para reprimir os protestos contra Maduro, sendo responsáveis por pelo menos 73 das mais de 120 mortes ocorridas desde o início da onda de protestos, em abril.
ENCONTRO COM TRUMP
Maduro havia dito na quinta (10) que solicitou ao chanceler venezuelano marcar um telefonema com Trump, ou um encontro durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, em Nova York. "Se está tão interessado na Venezuela, estou aqui 'mister Trump', aqui está minha mão", disse, para na sequência chamá-lo de imperador e fazer uma ameaça.
"Jamais vamos nos render e responderemos a uma agressão com armas na mão."
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