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Festa de Barretos busca "padrão Fifa" em rodeios e celebra PEC da vaquejada

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Arenas com pasto separado para bois, limpo, com sombra, água potável e pista com areia em quantidade adequada para os touros pularem soltos. Animais preservados, que só chegam às provas momentos antes, para não se estressarem

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.08.2017, 18:30:09 Editado em 11.08.2017, 18:30:09
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Arenas com pasto separado para bois, limpo, com sombra, água potável e pista com areia em quantidade adequada para os touros pularem soltos. Animais preservados, que só chegam às provas momentos antes, para não se estressarem com a iluminação e o barulho característico das festas de peão no Brasil.

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Para tentar amenizar as críticas aos rodeios, donos de boiadas de todo o país se uniram para criar regras para eventos "padrão Fifa" em relação ao bem-estar animal.

O formato será colocado à prova na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos (a 423 km de São Paulo), que abre sua 62ª edição na próxima quinta-feira (17) .

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Criada há três anos, a ABTR (Associação Brasileira dos Criadores de Touros de Rodeio) tem hoje cerca de 40 tropeiros, que reúnem 1.800 touros. "A ideia foi exigir que eventos sigam as regras e ter uma associação para nos defender. Falam [ONGs] que touro é maltratado e era cada um por si, não tínhamos união. Agora temos condutas e regras", disse o tropeiro Paulo Emilio Marques, presidente da ABTR e que teve em seu plantel o lendário touro Bandido, que morreu de câncer em 2009 e ganhou fama nacional na novela "América" (2005).

De acordo com ele, os organizadores de rodeios precisam fornecer boas condições para os animais antes das provas, sob o risco de o evento não ser realizado. Isso inclui horário para começar e terminar as disputas, a chegada dos animais aos locais pouco antes das montarias -em vez de aguardarem por horas a fio a sua vez de entrar nas arenas- e a permanência num pasto à parte, para descansarem.

O crescimento da ofensiva dos criadores de touro coincide com a aprovação da PEC 304, que definiu não considerar "cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais [...] registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro".

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"Encaramos a aprovação da PEC como uma vitória do rodeio. A regulamentação e o reconhecimento favorecem diretamente o rodeio. Demonstra claramente que é reconhecida pela Constituição a força cultural e também econômica do rodeio", disse Marcos Sampaio de Almeida Prado, diretor de Rodeio da Festa do Peão de Barretos.

Segundo ele, a festa deste ano terá foco forte na valorização do rodeio como esporte e três disputas -finais da PBR (Professional Bull Riders), braço brasileiro do circuito norte-americano, da Liga Nacional e o Barretos International Rodeo.

Como novidade, a programação terá um duelo entre os cinco melhores competidores e os cinco melhores touros, valendo R$ 10 mil ao vencedor. Só na etapa internacional serão distribuídos R$ 370 mil em prêmios.

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Touros frutos de melhoramento genético -normalmente filhos de animais famosos como o próprio Bandido- chegam a custar até R$ 250 mil. Paulo Emilio tem 250 animais, dos quais cerca de 30 estarão em Barretos para as provas no estádio de rodeios projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012).

RISCO

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Entidades de proteção animal alegam que as provas que usam animais, como rodeios e vaquejadas, causam maus-tratos aos bichos e deveriam ser banidas. Elas afirmam que os touros só pulam por sofrerem tortura com o sedém (cinta de lã colocada na virilha dos animais) preso aos testículos e choques elétricos antes das montarias e por ficarem estressados devido à iluminação e ao barulho das arenas.

"Qualquer medida que tomem será paliativa, para tentar nos calar. Muitas provas são de perseguição a animais e isso, por si só, já é uma tortura. Nenhum animal entra numa arena em fuga se não sofrer antes", disse Vanice Orlandi, presidente da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais).

Segundo ela, a crueldade é inerente aos rodeios e vaquejadas e o tipo de solo das arenas não muda isso. "Se o animal vai cair na areia fofa ou não, não importa, o certo é que ele não seja perseguido e jogado ao chão."

Já Paulo Emilio afirmou que o sedém é apenas um estímulo e não agride o animal. "Ele gera um incômodo, apenas para dar estímulo. Machucar, como falam, é outra coisa, bem diferente. Um jóquei usa chibata na mão, mas apenas para estimular, não para machucar o cavalo nas provas. Estamos muito evoluídos, esse pessoal não tem noção. É questão de índole. Tem boi que você solta e ele sai andando, enquanto outros pulam mais do que deveriam."

A Festa do Peão de Boiadeiro acontecerá entre os dias 17 e 27 de agosto, no Parque do Peão, em Barretos. Os ingressos custam de R$ 20 a R$ 1.200.

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