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Grupos on-line têm boca a boca e tática de guerrilha

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em grupos on-line com nomes como "União pela volta dos inibidores de apetite", pessoas reclamam de seu peso atual, trocam pistas sobre médicos e farmácias que podem facilitar o acesso às drogas e exibem, como se fossem troféus

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 10.08.2017, 07:55:10 Editado em 10.08.2017, 07:55:10
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em grupos on-line com nomes como "União pela volta dos inibidores de apetite", pessoas reclamam de seu peso atual, trocam pistas sobre médicos e farmácias que podem facilitar o acesso às drogas e exibem, como se fossem troféus, as prescrições das drogas antiobesidade liberadas pelo Congresso.

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Desde que a lei foi sancionada no fim de junho, ganharam força o boca a boca para conseguir os remédios e a tática de guerrilha de farmácias que abordam individualmente os pacientes dos grupos e aceitam encomendas até de médicos a distância para preencher os formulários azuis B2 com os dados do paciente -prática proibida pelo Conselho Federal de Medicina e que pode render punição ao médico.

Nomes de médicos prescritores de anfepramona e femproporex se tornaram um ativo importante. Uma paciente relata que, ao sair da consulta, de tanta raiva, chegou a rasgar a prescrição de sibutramina, substância que ela considera ineficaz, ponto de vista compartilhado por outras colegas do grupo.

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De repente, uma moça pede recomendações: "Alguém sabe de um médico que receite inibidores em Porto Alegre?".

Não demora para que surjam anúncios como "Médicos da clínica [nome] já estão receitando anfepramona e femproporex. Ligue e agende sua consulta!", "Confirmado!!! Já estou prescrevendo anfepramona em todos os consultórios!!!", ou "Meninas, estamos com agenda aberta para consulta com endocrinologista, aqui na região zona leste de SP".

DÚVIDAS

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Oportunistas também não perdem a chance de lucrar em cima do desespero alheio.

Um perfil de uma moça oferecia "anfeplamona" (sim, com "l") manipulada a ser entregue por ela mesma (sem necessidade de qualquer burocracia, como receita médica) em uma estação de metrô de São Paulo ou por Sedex.

O outro medicamento recém-liberado, mazindol, raramente é citado nas conversas. Uma paciente relata ter conseguido o remédio no Paraguai com "um contato" e já ter perdido, com auxílio de dieta, 2 kg em três dias.

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Também pairam dúvidas sobre a procedência dos remédios. Quando uma das integrantes diz: "Consegui a anfepramona em uma farmácia de manipulação!", outra responde: "Você sentiu que é a verdadeira?".

Ainda sobre a anfepramona, uma moça faz contas: o remédio mais um "composto" (com diurético, calmante, laxante...) em uma venda casada promovida por uma farmácia de manipulação sai mais de R$ 500 por mês.

"Tô lascada. Vou morrer gorda", lamenta.

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