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Colômbia se prepara para receber até 2 milhões de venezuelanos

IGOR GIELOW SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O risco de a crise venezuelana escalar para uma guerra civil gera temores nos países vizinhos não só sobre a estabilidade regional, mas também com o provável fluxo de refugiados que o conflito originaria. A Colômbi

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.08.2017, 08:50:08 Editado em 05.08.2017, 08:50:08
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IGOR GIELOW

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O risco de a crise venezuelana escalar para uma guerra civil gera temores nos países vizinhos não só sobre a estabilidade regional, mas também com o provável fluxo de refugiados que o conflito originaria.

A Colômbia, que tem a maior e mais porosa fronteira com o país de Nicolás Maduro, trabalha com a possibilidade de ter de absorver 2 milhões de pessoas. Isso equivale a nada menos que 6,3% da população venezuelana.

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O número foi aventado pelo ministro da Defesa colombiano, Luis Carlos Villegas, em reunião recente com oficiais sul-americanos, segundo a reportagem apurou.

O Brasil também está preocupado com a situação, embora a Casa Civil tenha orientado os órgãos ligados à questão a tratar o assunto com discrição. Não menos porque as visões são algo divergentes.

Os militares e a Polícia Federal, que são quem lida com o problema na ponta, estão mais alarmados, assim como o governo do Estado mais próximo da realidade venezuelana, Roraima.

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No Itamaraty, os ânimos estão mais calmos. Diplomatas ponderam que uma onda de refugiados seria bem maior na Colômbia, que tem 2.219 km de fronteira seca com a Venezuela e a língua comum.

No governo, a coordenação de esforços sobre o tema é da Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, mas ao menos um oficial que lida com a questão diz que a crise política do governo Michel Temer vem tolhendo uma observação mais atenta do problema.

Há hoje no Brasil entre 10 mil e 14 mil venezuelanos ilegalmente, mas integrados em sua maioria à economia de Estados como Roraima.

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Uma fração mais vulnerável, cerca de 500 indígenas da etnia warao, está em abrigos em Pacaraima e Boa Vista, capital do Estado.

Um único indicador preciso, ainda que limitado estatisticamente, mostra a explosão na procura do Brasil como destino de venezuelanos com o agravamento da crise: a busca pelo refúgio.

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Só nos seis primeiros meses deste ano, 7.600 pessoas pediram para se refugiar no Brasil. Isso é mais do que o dobro do total do ano passado, 3.368, quando o número já apresentava um acréscimo enorme: em 2015 foram 829, e em 2014, 209 pedidos.

Os dados são do Conselho Nacional de Refugiados, do Ministério da Justiça. Ocorre que refúgio é uma categoria de auxílio internacional muito específica: o requerente precisa comprovar estar fugindo de guerra civil ou perseguição de ordem política, religiosa ou étnica, entre outras coisas.

Por isso, os números de quem é aceito são mínimos: foram oito em 2014 e outros oito em 2015; não há ainda dados de 2016. Ao todos, há registrados no Brasil 295 refugiados venezuelanos.

Segundo o Acnur (Alto Comissariado para Refugiados da ONU), o Brasil tem capacidade para lidar com uma crise humanitária dessa natureza. O órgão dá assessoramento aos governo federal e de Roraima, onde faz visitas constantes e faz doações.

Tanto o governo como a ONU estudam planos de contingência para diversos cenários, mas os detalhes naturalmente não são revelados.

A estimativa colombiana de 2 milhões de refugiados no país andino é compartilhada, extraoficialmente, por órgãos internacionais.

O país já tem problemas humanitários sérios, com 7,2 milhões de deslocados internamente pelas mais de cinco décadas de guerra civil, praticamente encerrada. É a maior população do tipo no mundo hoje, segundo a ONU.

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