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Com Trump, número de imigrantes ilegais presos na fronteira cai 58%

ISABEL FLECK WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Diante da dura retórica do presidente Donald Trump contra os imigrantes irregulares e de sua orientação para os agentes de fronteira serem mais rigorosos, o número de detenções de pessoas entrando ilegalmente no

Da Redação

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Publicado em 04.08.2017, 08:30:02 Editado em 04.08.2017, 08:30:02
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ISABEL FLECK

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WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Diante da dura retórica do presidente Donald Trump contra os imigrantes irregulares e de sua orientação para os agentes de fronteira serem mais rigorosos, o número de detenções de pessoas entrando ilegalmente no país caiu 58% nos primeiros cinco meses de seu governo.

Segundo dados da Patrulha da Fronteira, 97.550 imigrantes foram pegos de fevereiro a junho deste ano. No mesmo período de 2016, foram 234 mil. O índice de abril, de 15.775 detenções, foi o mais baixo nos últimos cinco anos.

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Para o governo, o número representa uma queda na quantidade de imigrantes tentando entrar ilegalmente.

"Há uma correlação forte entre o período em que o presidente assumiu e uma queda no tráfico de pessoas", disse John Mennell, um dos responsáveis pela comunicação da Patrulha da Fronteira, à Folha de S.Paulo.

"À medida que o presidente e o Departamento de Segurança Doméstica anunciaram e implementaram políticas mais rigorosas, o fluxo geral diminuiu."

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Para Fernando García, diretor da Rede Fronteiriça pelos Direitos Humanos, com sede em El Paso, no Texas, o medo afasta os imigrantes.

"Com retórica xenofóbica, Trump tem mandado uma mensagem forte não só para os imigrantes que já estão nos EUA e têm medo de serem deportados, mas também para os potenciais imigrantes."

Os números mostram que, pouco antes da eleição e depois que Trump já havia sido eleito -mas antes de sua posse-, o fluxo de imigrantes aumentou, com crescimento de 18% nas detenções em setembro e outubro.

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Apesar de o setor do Vale do Rio Grande, no Texas, ainda concentrar a maior parte do fluxo hoje (36% das detenções), os dados mostram que, com o governo Trump, imigrantes e coiotes estão mais espalhados por toda a fronteira do que no último ano, quando a área chegou a receber mais de 50% do fluxo.

"Boa parte de trabalhar com a questão da imigração ilegal é controlar as percepções", afirma Ira Mehlman, diretor de mídia da conservadora Federação para a Reforma Imigratória Americana (Fair, na sigla em inglês).

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"Quando as pessoas acreditam que serão beneficiadas ao chegar aos EUA, elas vêm em grande número. Quando acham que as leis estão sendo aplicadas, menos gente tenta entrar ilegalmente."

Apesar da retórica, contudo, as deportações no governo Trump foram menos numerosas que no fim do governo do democrata Barack Obama. De fevereiro a maio, a média de deportações foi de 16.600 ao mês, e nos quatro últimos meses da gestão democrata, de 21.570.

García afirma que a maior militarização da fronteira nos últimos anos e a autoridade dada por Trump para que os agentes sejam mais rígidos tem feito com que os imigrantes se arrisquem mais.

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Um exemplo é a morte de dez pessoas que sufocaram quando tentavam entrar ilegalmente no Texas com outras dezenas em um caminhão, em julho.

"Na última semana, foram encontrados os corpos de cinco imigrantes no rio Grande, aqui em El Paso. É algo que não víamos há anos", diz.

Mehlman afirma ver de outra forma a relação entre uma abordagem mais rígida e a maior atuação dos coiotes.

"Não é a primeira vez que uma tragédia assim ocorre, e, na verdade, uma política mais clara e constante que diga que nós não vamos tolerar a imigração ilegal iria dissuadir as pessoas de colocarem suas vidas nas mãos dessas organizações criminosas."

Segundo Mennell, os traficantes de pessoas agem em resposta às diferentes intensidades de operação da Patrulha da Fronteira, mas há outros fatores que influenciam, como a temporada da maconha.

"Enquanto a maconha está crescendo, e as organizações criminosas estão com pouca droga para distribuir, eles têm que se voltar para o tráfico de pessoas."

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