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Jovem é suspeita de simular gravidez e até festa de bebê para se vingar de ex

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma jovem de 24 anos é acusada de fingir a gravidez e o nascimento de uma criança para enganar o ex-namorado em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Victor Guerino Sedassare, que nunca viu a suposta filha, só descobriu a

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.08.2017, 22:50:08 Editado em 01.08.2017, 22:50:08
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma jovem de 24 anos é acusada de fingir a gravidez e o nascimento de uma criança para enganar o ex-namorado em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Victor Guerino Sedassare, que nunca viu a suposta filha, só descobriu a farsa um ano depois.

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De acordo com a família do jovem, Pâmela Ribeiro Serveli teria apresentado um exame de gravidez falso por vingança. O advogado de defesa diz que ela passa por problemas psicológicos e que a fraude só pode ser comprovada com perícia.

Victor e Pâmela namoraram por cerca de dois anos, entre 2013 e 2015. Depois do fim do relacionamento, Victor, hoje com 24 anos, se encontrou por algumas vezes com a ex-namorada. No final de 2015, ela anunciou que estava grávida. De acordo com os pais de Victor, esta não foi a primeira vez.

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"Era um relacionamento conturbado. Ia e voltava. Uma vez, ela disse que estava grávida. Depois, sumiu e voltou falando que tinha feito um aborto e pediu para voltar com o meu filho", conta João Batista Sedassare, pai de Victor, ao UOL. "Nessa segunda vez, ela fez uma grande pressão psicológica. Mandava a advogava falar com ele."

Segundo os pais de Victor, a mulher chegou a colocar uma barriga falsa e a postar fotos nas redes sociais. "Ela fez chá de bebê com as amigas, ganhou fralda", conta o pai. "Ele falava que não era dele, mas chegamos até a ficar na expectativa."

Na época do nascimento da criança, em julho de 2016, Pâmela foi com os pais à casa dos Sedassare para convidá-los a assistirem ao parto. Segundo João, a família recusou o convite por não ter provas de que a criança era filha de Victor. "Ela estava com um papel que dizia que a criança era do meu filho", conta. "Nessa época, ela já tinha acabado com ele nas redes sociais, dizendo que não queria assumir, então eu respondi: 'Deixa nascer a criança, a gente faz o teste [de DNA]. Se for do meu filho, eu quero até ajudar a cuidar.'"

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Depois do suposto nascimento, a jovem entrou na Justiça para que a família de Victor custeasse parte da gravidez. "Foi aí que ela apresentou o documento de teste de gravidez falso ao juiz", afirma o pai. Segundo ele, a família já depositou uma quantia não revelada em juízo, à espera do processo. "Nesse meio tempo, ela fazia um pressão muito grande."

De acordo com Rosa Helena, mãe de Victor, a ex-namorada do filho chegou a publicar algumas fotos de um bebê nas redes sociais, sem mostrar o rosto da criança. Os pais suspeitam que o bebê pertença a uma amiga de Pâmela, chamada Emily, a quem o UOL não conseguiu contatar. "Ela embaçava o rosto, fingia que estava dando de mamar", conta o suposto avô.

No entanto, ninguém conseguia ver a recém-nascida. "Ela sempre tinha uma desculpa", conta Rosa Helena à reportagem. A mãe de Victor chegou a ir à casa de Pâmela, que morava com os pais. Foi recebida pela mãe da jovem, que mostrou o quarto de Laura -como era chamada a criança- em que havia um berço com uma boneca. Mãe e filha estavam fora.

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Intrigada, ela decidiu ir ao laboratório em que Pâmela teria feito o exame de gravidez. "Pedi para meu advogado ir comigo. O dono não mostrou o exame, pois só faria isso com mandato, mas disse que era adulterado", conta Rosa Helena. Entre os exemplos usados pelo laboratório, havia erros na numeração do exame e na data e o convênio médico alegado por Pâmela, que não é aceito no local.

O casal recorreu ao promotor Sebastião Donizete Lopes, do Ministério Público de Ribeirão Preto, para avaliar o caso. "Nós explicamos todas as mentiras e falsidades que ela havia prestando com a gente. Ele viu que fazia sentido e foi conversar com o juiz", conta o pai. "Quando o juiz também notou que as coisas não batiam, determinou que a criança fosse apresentada em 24 horas."

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"Quando eles entraram a ação, deu-se que era preciso apresentar a criança, com certidão de nascimento. Foi aí que descobrimos que não havia a criança", afirma o promotor, em entrevista ao UOL. "Agora, há indícios de que o atestado de gravidez também foi fraudado, mas é preciso periciar."

A ordem judicial foi dada no dia 11 de julho, mesma data em que Pâmela havia marcado a festa de 1 ano da criança. A jovem havia convidado amigos e família, inclusive a de Victor, e contratado um buffet de R$ 2,8 mil. Rosa Helena foi ao local com dois irmãos de Victor. "Ela falava para todo mundo que cada ano a filha teria uma foto da princesa", conta.

A aniversariante, no entanto, não foi ao evento. "A Pâmela começou a espalhar para todo mundo que a filha dela estava presa com o avô em casa porque eu tinha chamado um oficial de justiça", conta Rosa Helena. Neste momento, Emily teria chegado ao local, na parte de fora, e acusado familiares de Pâmela de quererem pegar sua filha. João suspeita que o plano de Pâmela era apresentar a filha da amiga ao juiz.

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No meio da discussão, a polícia foi chamada pela família de Victor. Pâmela teve de deixar o local da festa com um pano na cabeça para ir à delegacia. "A mãe da menina nem chamou a polícia, se fosse a minha filha eu teria chamado no mesmo minuto", afirma Rosa Helena.

O PROCESSO

De acordo com o advogado de defesa, Carlos Andreotti, Pâmela não pode responder suas ações. "Eles fazem essa acusação como se ela tivesse em perfeito juízo, como se tivesse planejado tudo, mas ela está com problemas, passa por um tratamento psicológico desde janeiro. Está internada agora, inclusive, sem previsão de alta", revela ao UOL. "Estou em posse de um laudo médico que atesta estes problemas. O que foi feito não foi feito em estado."

João Batista não considera esta hipótese. "Eu acho que isso nada mais é do que uma manobra", afirma o empresário, dono de uma empresa de transportes. "Para arquitetar um plano desse não tem nada de loucura, foi de caso pensado."

Andreotti afirma que, embora não haja uma criança, o teste de gravidez é, sim, verdadeiro. "Falam que o exame foi adulterado, mas só a perícia pode comprovar", afirma o advogado. "Nós vamos pedir essa perícia, como acredito que o Ministério Público também pedirá."

De acordo com o promotor, caso confirmada a fraude, Pâmela pode responder por três crimes: falsidade material, por ter forjado um documento; falsidade ideológica, por ter mentido para a justiça e o ministério público; e por ter requerido a instalação de um processo que ela sabia ser falso.

"Temos de ouvir todas as partes -ela, claro, tem direito à defesa. Também vamos enviar os documentos à perícia", afirma o promotor. "Se tudo for confirmado, ela responderá criminalmente. Além disso, ainda há o processo civil por danos, mas aí depende da família do jovem, não de nós."

A família prefere esperar os resultados para tomar uma decisão. "Fomos orientados a esperar pelo laudo. No final, a decisão vai ser do Victor, que foi a vítima", afirma João Batista. "Mas independente de entrar na justiça ou não, o que a gente queria já foi feito: limpar o nome do meu filho."

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