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ATUALIZADA - Sob vigilância redobrada, igreja faz primeiro culto após acusações

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Trinta minutos antes da hora marcada para o início do culto, quatro seguranças já guardavam o portão do templo do Ministério Evangélico Comunidade Rhema, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. Às 19

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 27.07.2017, 18:10:09 Editado em 27.07.2017, 18:10:09
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ANA ESTELA DE SOUSA PINTO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Trinta minutos antes da hora marcada para o início do culto, quatro seguranças já guardavam o portão do templo do Ministério Evangélico Comunidade Rhema, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. Às 19h30 desta quarta (26), começaria a primeira cerimônia desde que vieram a público as suspeitas de que fiéis brasileiros estariam sendo submetidos a maus-tratos em uma igreja americana coligada à Rhema, a World of Faith Fellowship, de Spindale, Carolina do Norte.

Os vigilantes usavam terno, gravata, ponto de comunicação no ouvido e rádios, mas não estavam armados.

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Olhavam atentamente o interior de cada carro que se aproximava pela rua dos Narcisos, via asfaltada que serpenteia pela região de chácaras muradas e que, na noite de quarta, estaria escura e deserta se não fosse pelo movimento no templo.

Quando não reconheciam à primeira vista os integrantes do carro, acenavam para que ele reduzisse a velocidade.

"Esse é nosso procedimento normal, porque aqui é muito longe da cidade. Se houver algum problema, a polícia demora para chegar", disse um dos seguranças, que se identificou apenas como Márcio.

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REFORÇO

Por causa das reportagens publicadas desde a segunda (24), porém, a guarda havia sido reforçada, segundo outro vigilante, que não se identificou. "Não sabíamos se haveria um acúmulo de jornalistas ou algum outro incidente."

Os responsáveis pela Rhema haviam se precavido para receber ao menos dez veículos de comunicação, a julgar pelo número de cópias de comunicado que o segurança trazia nas mãos.

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"Esta é a posição dos pastores. Eles foram surpreendidos com as notícias, não vão falar com ninguém de fora hoje. Vão apenas comentar o assunto com seus fiéis durante o culto, que é privado."

O papel, assinado pelos pastores Juarez e Solange Oliveira e Paulo e Alice Santos, afirma que os pastores da igreja americana "são pessoas idôneas, vivem o amor de Deus e por isso são caluniadas por tentarem ajudar as pessoas".

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"As histórias publicadas são porções de mentiras e fatos distorcidos", segundo a nota.

Além dos quatro que guardavam o portão, era possível avistar ao menos mais quatro seguranças na entrada do templo, no alto de uma colina a cerca de 80 metros de distância da entrada.

A reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", único veículo de comunicação no local, não foi hostilizada, mas não foi autorizada a passar das grades. Os pastores não atenderam a pedido de entrevista e, segundo um dos seguranças, não havia no local um representante que pudesse falar com o jornal.

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"Eles devem indicar um advogado para tratar do assunto no futuro."

O CULTO E O PÚBLICO

Entre 40 e 50 carros entraram no terreno do templo para o culto desta quarta, a maioria deles com ao menos quatro fiéis, de idades variadas.

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Cerca de metade dos veículos tinha placas de Franco da Rocha, mas foi possível identificar carros de São Paulo, Jundiaí, Várzea Paulista e Belo Horizonte.

Havia modelos de diferentes custos, rodagem e estados de conservação –de um Audi preto que custa mais de R$ 100 mil a um fiat Uno antigo azul-marinho que engasgou na hora de subir a rampa, obrigando seu motorista a voltar de ré até a rua para ganhar novo impulso.

A grande maioria dos homens inclusive os meninos, vestia paletó e gravata, e alguns apenas camisa de manga comprida. As mulheres também usavam traje social: vestidos longos ou calças compridas.

Apenas duas famílias chegaram a pé. Eram casais, ambos com uma criança (um menino e uma menina) aparentando cinco ou seis anos de idade.

Os louvores –momento em que os fiéis cantam hinos religiosos– duraram das 19h40 às 20h25. Da rua era possível ouvir as vozes de homens, mulheres e crianças.

Na segunda parte, que em templos evangélicos costuma abrigar o sermão dos pastores e testemunhos de fiéis –e na qual pode haver cerimônias de cura ou exorcismo–, nenhum som chegava até o portão. Às 21h40, as portas de vidro do templo foram abertas pelos seguranças, anunciando o final da cerimônia.

Uma das famílias deixou o terreno em um Corcel verde, atravessou a rua e entrou numa chácara em frente. Ao final, ficou apenas um cão vira-latas, enrodilhado no meio-fio.

"Nunca tinha visto esse cachorro por aqui, não. Ele apareceu hoje do nada", disse o vigia Márcio antes de acionar o controle para fechar o portão de ferro.

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