SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu nesta terça-feira (25) aos muçulmanos do mundo inteiro que "visitem" e "protejam" Jerusalém. Nesta semana, a região foi palco de conflitos após Israel adotar novas medidas de segurança em decorrência de um ataque que matou dois policiais israelenses.
"Gostaria de lançar um apelo aos muçulmanos do mundo inteiro: façam uma visita a Jerusalém e à mesquita de Al-Aqsa", disse Erdogan. "Venham todos juntos proteger Jerusalém."
Ao menos oito pessoas morreram em confrontos após Israel instalar detectores de metais nos acessos da Cidade Velha de Jerusalém. A medida irritou palestinos, que acusam o país de tentar expandir seu controle sobre o terceiro lugar santo do Islã.
"Sob o pretexto de lutar contra o terrorismo, trata-se de uma tentativa de roubar a mesquita Al-Aqsa dos muçulmanos", afirmou o presidente turco.
Desde então, protestos diários têm sido realizados nas proximidades da Cidade Velha e na Cisjordânia. Com a escalada da tensão, autoridades israelenses instalaram câmeras de segurança no local.
Nesta segunda (24), na tentativa de amenizar a crise, Israel decidiu remover os detectores de metais.
Apesar do recuo israelense, autoridades muçulmanas afirmaram que o boicote à Cidade Velha de Jerusalém continuará.
"Não entrarei na Al Aqsa até que a situação volte a ser como antes [...] sem câmeras de vigilância, sem registros e sem detectores de metal ", disse Widad Ali Nasser, que orou do lado de fora da mesquita.
QATAR
Erdogan terminou nesta segunda sua viagem por países do Golfo para aliviar a crise diplomática entre o Qatar e países árabes.
O presidente turco visitou a Arábia Saudita e o Kuwait, além do Qatar.
"Acredito que nossa visita e nossos contatos [na região] foram um passo importante para reconstruir a estabilidade e a confiança mútua", disse Erdogan.
Em junho, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam as relações diplomáticas com o Qatar, acusando o país de apoiar o terrorismo.
O Qatar nega apoiar terroristas e afirma que o boicote é uma tentativa de cercear a sua independência de sua política externa.
O governo turco, que mantém relações estreitas com o Qatar, tem se esforçado nos últimos anos para aprofundar os vínculos também com a monarquia saudita.
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