SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro fazem, nesta quinta-feira (29), uma megaoperação para prender quase cem PMs suspeitos no envolvimento com quadrilhas que comercializam drogas ilícitas. Também estão no alvo da polícia mais 70 traficantes.
A investigação, iniciada em fevereiro do ano passado, está sob o comando da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, na região metropolitana do Rio.
De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, os policiais investigados recebiam dinheiro em troca para não coibir o tráfico de drogas na região.
Foram utilizadas interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, que flagraram os policiais utilizando telefones particulares e outros sem identificação de cadastro nas negociações com os traficantes.
De acordo com a denúncia, "restaram amplamente comprovadas, sendo finalmente apurado que boa parte do efetivo do 7º BPM (São Gonçalo) constituiu uma organização criminosa, dividida em núcleos, para fins de praticar crimes de corrupção ativa, entrega, venda e fornecimento de armas de fogo e crime de corrupção passiva militar, previstos no Código Penal Militar".
Os traficantes, por outro lado, pagavam o chamado "arrego", uma espécie de propina aos PMs para inibir operações policiais nas favelas. Entre os traficantes denunciados está Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, que apesar de não ser um líder direto em São Gonçalo, recebia, segundo o Gaeco, recursos do tráfico local. Também foram denunciados Shumaker Antonácio do Rosário, o "Schumaker", e Érico dos Santos Nascimento, o "Farme", considerados líderes locais.
Os traficantes devem ser responsabilizados criminalmente por associação ao tráfico e corrupção ativa. Também foi identificada a participação de outras cinco pessoas que faziam a intermediação no esquema de propina entre os agentes e os traficantes.
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