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Drogas impediram que Hitler mudasse táticas de guerra, afirma escritor

LEONARDO MARAN SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Adolf Hitler vivia constantemente em um estado "delirante e irracional" e não mudou suas táticas na fase final da Segunda Guerra Mundial devido ao uso contínuo de drogas. As afirmações são do escritor e jornalis

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.06.2017, 19:05:08 Editado em 28.06.2017, 21:31:39
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LEONARDO MARAN

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Adolf Hitler vivia constantemente em um estado "delirante e irracional" e não mudou suas táticas na fase final da Segunda Guerra Mundial devido ao uso contínuo de drogas. As afirmações são do escritor e jornalista alemão Norman Ohler, autor do livro "High Hitler" (Planeta, R$ 45,50 384 págs.).

O título faz um trocadilho entre o termo "high", utilizado em inglês para designar pessoas que estão sob o efeito de drogas, e a saudação nazista "Heil, Hitler" [Salve, Hitler].

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Segundo Ohler, o acúmulo de falhas e a recusa do líder nazista em seguir as sugestões de subordinados após a derrota para a União Soviética, quando o país vivia seu momento crítico na guerra, são provas de que as drogas afetaram sua condução da guerra. "Hitler já usava mais e mais narcóticos, que o deixavam eufórico e o mantinham no mundo megalomaníaco de fantasia que ele criou para si", afirmou.

De acordo com o escritor, o Führer tomava de uma a duas injeções por dia com drogas derivadas do ópio, que eram ministradas por seu médico pessoal Theodor Morell, responsável por viciá-lo.

Ohler falou durante encontro, promovido pelo jornal "Folha de S.Paulo" e pela editora Planeta, no Centro Cultural São Paulo, nesta terça-feira (27). A mediação era do jornalista Ricardo Bonalume Neto.

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O escritor fez um alerta: seria um erro dizer que as drogas tiveram influência na formação da personalidade e do caráter de Hitler. Ele começou a usá-las apenas em 1937, quando já era Führer havia três anos. Ohler diz que os narcóticos apenas fortaleceram suas opiniões e seu ponto de vista em um momento em que o poder alemão já dava sinais de declínio.

Com o tempo, as drogas chegaram a afetar a aparência do ditador. O autor diz que Hitler, que antes gozava de boa saúde e "parecia ser mais novo que a sua idade", apresentou sinais de envelhecimento a partir de 1941 e já aparentava ter mais do que seus 55 anos em 1945, ano de seu suicídio, segundo o diário de um de seus generais.

O líder nazista só dispensou o médico pessoal no fim da guerra, quando já não tinha mais acesso às drogas. Antes de se suicidar, ele se tornou mais agressivo e perdeu totalmente o contato com a realidade, afirma Ohler.

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Não foi apenas sobre Hitler, no entanto, que as drogas exerceram influência na Segunda Guerra. De acordo com o escritor, o uso de metanfetaminas foi responsável por algumas das principais vitórias do Terceiro Reich no início da guerra.

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A capacidade que as drogas tinham de manter indivíduos acordados por longos períodos de tempo permitia que os pilotos alemães voassem por mais horas e que os soldados lutassem por dias sem dormir.

Sob o efeito de metanfetamina, a Alemanha alcançou resultados militares surpreendentes no início da guerra, quando a estratégia foi usada em batalhas ocorridas em curtos períodos de tempo. Só depois disso, segundo Ohler, os efeitos negativos começariam a aparecer.

"As drogas os forçavam a descansar mais horas, e foi preciso criar centros de reabilitação para esses soldados", afirmou. "Em campanhas longas, como a contra a União Soviética, o uso de metanfetaminas não funcionava, porque ninguém é capaz de ficar acordado por quatro anos seguidos."

O escritor afirma ainda que, com o avanço da guerra, os exércitos britânico e americano também passaram a copiar a estratégia alemã e utilizar metanfetamina. "Até hoje exércitos usam metanfetamina. Foram os alemães que iniciaram essa tendência."

A maior parte das descobertas de Ohler se baseia nos diários deixados por Morell, no qual o médico relata detalhes de seu cotidiano junto ao ditador e sobre as drogas que aplicava em Hitler.

Durante o encontro, o autor repudiou as críticas feitas por historiadores ao conteúdo de sua obra. "Muitos historiadores gostaram do livro, mas outros devem ter sentido inveja por terem deixado passar essa questão."

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