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Perguntas e respostas sobre o ataque de helicóptero na Venezuela

1. O que aconteceu na terça-feira (27)? Um helicóptero da polícia científica sobrevoou prédios públicos em Caracas em protesto contra o governo de Nicolás Maduro. O líder chavista classificou o episódio de "ataque terrorista", afirmando que foram lançadas

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.06.2017, 12:05:03 Editado em 28.06.2017, 21:31:40
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1. O que aconteceu na terça-feira (27)?

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Um helicóptero da polícia científica sobrevoou prédios públicos em Caracas em protesto contra o governo de Nicolás Maduro. O líder chavista classificou o episódio de "ataque terrorista", afirmando que foram lançadas granadas contra a sede do Tribunal Supremo de Justiça e disparados tiros contra o Ministério de Justiça e Interior. Segundo relatos, o governo enviou tanques para reforçar a segurança do Palácio de Miraflores, sede do Executivo. Não há informações sobre feridos.

2. Quem pilotava a aeronave?

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O responsável pela ação é Oscar Pérez, membro da polícia científica, ator de filmes de ação e antigo piloto de um ex-ministro chavista. O governo o acusa de agir sob ordens dos Estados Unidos e, como evidência disso, divulgou fotos do piloto em Washington. Pérez divulgou um vídeo nesta terça, dizendo não pertencer a nenhum grupo político específico, mas sim a uma "coalizão" de civis e militares que luta "contra a tirania". Do helicóptero, foi exibida uma bandeira com os dizeres "350 Liberdade", que seria uma referência ao artigo da Constituição de mesmo número.

3. O que é o artigo 350?

O artigo diz que "o povo da Venezuela, fiel à sua tradição republicana e sua luta pela independência, paz e liberdade, deve repudiar qualquer regime, legislação ou autoridade que viole os valores, princípios e garantias democráticas ou usurpe os direitos humanos". O governo Maduro é acusado de perseguir adversários e reprimir manifestações da oposição.

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4. Trata-se de uma tentativa de golpe?

Embora a ação desta terça-feira não tenha parecido uma tentativa de derrubar o governo, o episódio deve representar uma grave deterioração no quadro político da Venezuela. Até agora, as Forças Armadas vinham mantendo-se leais ao chavismo. A atitude de Pérez indica que alguns integrantes das forças de segurança já não têm disposição de manter esse apoio.

Resta saber qual o tamanho e a força desse setor dissidente, que poderia tentar liderar um golpe contra Maduro. A Venezuela tem um histórico recente de golpes fracassados: Em abril de 2002, a oposição realizou uma tentativa de golpe contra o então presidente Hugo Chávez, mas fracassou; dez anos antes, em fevereiro 1992, foi Chávez, então um membro das Forças Armadas, que liderou uma tentativa de golpe fracassada contra o presidente Carlos Andrés Pérez.

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5. Por que isso está acontecendo?

A Venezuela passa por uma profunda crise política e econômica, o que tem levado a uma crescente insatisfação popular com o governo. Desde abril, a oposição vem organizando protestos praticamente diários contra o governo Maduro, os quais frequentemente acabam em violência. A onda de protestos e saques já deixou dezenas de mortos, incluindo policiais, manifestantes e pessoas que não participavam diretamente dos confrontos.

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Os manifestantes exigem a libertação dos presos políticos e a realização de eleições. Além disso, os adversários do governo se opõem à Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Maduro, a qual consideram uma manobra dos chavistas para se alterar as leis e se manter no poder. A escolha dos delegados da Constituinte ocorrerá em 30 de julho, por meio de um processo eleitoral criticado inclusive por figuras do chavismo, como a procuradora-geral Luiza Ortega Díaz.

6. E agora?

Diante dos impasses institucionais, o país pode vir a observar uma escalada da violência nos protestos. O presidente Maduro vem saudando a atuação da polícia nas manifestações e convocando seus seguidores a "pegar em armas" para defender o governo.

A crise também pode ter efeitos sobre a região, aumentando o fluxo de venezuelanos em busca de melhores condições de vida nos países vizinhos. Nos últimos meses, milhares deles atravessaram para o Brasil e se instalaram em Boa Vista e Manaus, levando as autoridades locais a decretar emergência.

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