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Programa de Doria enterra de vez políticas de Haddad na cracolândia

JULIANA GRAGNANI SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou pela primeira vez as diretrizes do programa anticrack da prefeitura, o Redenção, enterrando de vez o projeto da gestão anterior, o Braços Abertos, de Fernan

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.06.2017, 16:40:09 Editado em 26.06.2017, 17:05:16
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JULIANA GRAGNANI

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou pela primeira vez as diretrizes do programa anticrack da prefeitura, o Redenção, enterrando de vez o projeto da gestão anterior, o Braços Abertos, de Fernando Haddad (PT).

Ao lado de secretários municipais, ele voltou a afirmar nesta segunda (26) que a cracolândia acabou, ainda que usuários estejam concentrados a uma quadra de onde ficavam há pouco mais de um mês, antes de uma operação policial na região.

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Uma das ações do projeto apresentado pela gestão Doria será a "transição dos usuários dos hotéis do programa De Braços Abertos para a nova dinâmica de atendimento", encerrando o programa da gestão anterior, em que usuários recebiam moradia e trabalho. O programa seguia políticas de redução de danos, dando autonomia a usuários sem cessar o uso de drogas, com o objetivo de diminuir sua utilização aos poucos.

O programa apresentado por Doria é semelhante ao programa anticrack da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) e preconiza principalmente a internação dos usuários de drogas, com a novidade do acompanhamento via prontuário eletrônico, em parceria com o Hospital Sírio-Libanês. Diferentemente do programa de Haddad, a distribuição de vagas de trabalho será só para ex-usuários, em uma fase posterior à do tratamento.

Sobre a existência da cracolândia e sua mudança de local, Doria disse: "Volto a reafirmar: fisicamente, a cracolândia onde existia, na rua Helvetia com a Dino Bueno, ela não existe mais e não existirá. Não há a menor hipótese dela existir. Fisicamente ela não existe mais. Hoje você tem crianças brincando, pessoas utilizando as calçadas, as ruas, tanto na Dino Bueno quanto Helvétia, livremente".

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Usuários de drogas estão a 100 metros do espaço apontado por Doria —na quarta passada (21), migraram da praça Princesa Isabel para a esquina da rua Helvétia com a al. Cleveland. Há pouco mais de um mês, Doria celebrou a ação policial no local coordenada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) e anunciou que a cracolândia havia acabado.

O tucano admitiu, porém, que "o consumo ainda existe, foi reduzido, mas existe" e que "o tráfico existe, foi reduzido". "O que você tem ali é uma concentração de usuários e uma tentativa frustrada do PCC de reimplantar a cracolândia."

"Estamos muito atentos para a migração do tráfico de entorpecentes", disse o secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Barbosa Filho. "Aumentou, mas não na proporção da antiga cracolândia. O fluxo tinha atividade criminosa muito intensa, movimentando R$ 180 milhões por ano só com entorpecentes só naquele ponto."

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Segundo a prefeitura, a cracolândia diminuiu para um terço do que ela era antes. Doria não comentou sobre a dispersão de usuários para outras áreas.

Questionado sobre o método de cálculo da prefeitura, o tucano passou a palavra para o secretário de Desenvolvimento e Assistência Social, Filipe Sabará, que disse ser "visível" e que é possível "reparar" na redução de usuários na região. Doria interrompeu o secretário e disse haver não só uma impressão, como uma "contabilidade diária".

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De acordo com Sabará, a cracolândia tinha 1.800 pessoas em janeiro deste ano. Agora, diz ele, há entre 300 a 600 pessoas. A gestão Haddad falava em 500 pessoas na região em 2016.

A gestão Doria também anunciou a criação de um programa de apoio direcionado às mães de usuários de crack, chamado Mães da Luz, na rua Líbero Badaró, 119, e a criação de um balcão de direitos humanos no espaço da cracolândia para atender denúncias.

BALANÇO

Segundo a prefeitura, desde 21 de maio, 33.782 abordagens e atendimentos foram feitos nos contêineres emergenciais instalados na região da Luz. Do total, 6.3906 pessoas recusaram atendimento.

Um novo espaço para contêineres será inaugurado na quinta (29), segundo a prefeitura, na praça Júlio Prestes, com capacidade para atender 140 pessoas -o espaço fica ao lado de onde a cracolândia está no momento.

Desde o dia 21 de maio, 619 pessoas foram encaminhadas para internação e tratamentos, diz a prefeitura.

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