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Corte barra líder de atos contra Putin de concorrer à Presidência

IGOR GIELOW, ENVIADO ESPECIAL MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) - A Comissão Central Eleitoral da Rússia barrou nesta sexta (24) a possibilidade de candidatura de Alexei Navalni, o blogueiro e líder opositor que comandou os mais recentes protestos contra o gove

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.06.2017, 09:15:08 Editado em 24.06.2017, 09:15:08
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IGOR GIELOW, ENVIADO ESPECIAL

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MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) - A Comissão Central Eleitoral da Rússia barrou nesta sexta (24) a possibilidade de candidatura de Alexei Navalni, o blogueiro e líder opositor que comandou os mais recentes protestos contra o governo de Vladimir Putin. Ele postulava ser candidato a presidente em 2018.

A alegação para a proibição foi o fato de que Navalni ter sido condenado em 2013 a cinco anos de prisão, sob acusação de desvio de recursos numa província russa. Ele diz que a condenação é uma armação, no que foi apoiado pela Corte Europeia de Direitos Humanos. A lei russa estabelece que uma pessoa sentenciada criminalmente só pode concorrer a cargos eletivos dez anos após a condenação.

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O caso tem elementos obscuros. Navalni teria desviado madeira quando era um consultor não remunerado da região administrativa de Kirov, gerando prejuízo de US$ 500 mil. Só que a Justiça nunca conseguiu estipular onde estaria o dinheiro ou para onde teria ido o produto do suposto crime. Navalni diz que a condenação só busca tirá-lo da corrida presidencial.

No ano passado, a Suprema Corte russa derrubou a decisão judicial, mas o julgamento foi refeito e ele foi novamente condenado, tendo um último recurso negado no mês passado. A execução da pena foi suspensa, mas ela vale para fins legais. Navalni, aliás, está cumprindo 30 dias de prisão por organizar atos não sancionados pelo governo contra Putin, há duas semanas.

Advogado de 41 anos, Navalni emergiu nos últimos anos como a principal voz da oposição russa, a partir de denúncias contra práticas de corrupção na Rússia feitas em seu blog. Sem vínculos partidários tradicionais, ele fundou uma agremiação nanica e disputou a Prefeitura de Moscou em 2013, ficando em segundo lugar com 27% numa campanha baseada em ativismo de rede social.

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Ele também coordena a Fundação Russa Anticorrupção, que produz trabalhos investigativos contra figuras do establishment putinista. Um vídeo levantando suspeitas sobre as propriedades milionárias utilizadas pelo premiê Dmitri Medvedev foi o mote de um mega-ato em 26 de março, quando Navalni também foi preso e pegou 15 dias de pena.

Segundo a presidente da Comissão Eleitoral disse à TV russa dez dias atrás, "um milagre pode acontecer e Navalni poderá recorrer", para completar que "com praticamente nenhuma chance de ser registrado", afirmou Ella Pamfilova, uma ativista de direitos humanos e ex-candidata a presidente em 2000.

Analistas concordam que Navalni faz muito mais barulho que seus antecessores na dura tarefa de desafiar o Kremlin. O político liberal Boris Nemtsov acabou assassinado e o enxadrista Garry Kasparov mudou para os EUA. Mikhail Khodorkovski, então o homem mais rico da Rússia, foi preso sob acusação de desvios e lavagem de dinheiro em 2003 e só saiu da cadeia em 2013, perdoado por Putin. Patrocina iniciativas pró-democracia instalado na Suíça.

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Ainda assim, ele aparece com marginais 1% de intenção de voto nas pesquisas mais recentes, e com uma rejeição alta. O fato de ele ser ignorado solenemente pela TV estatal russa, exceto quando para sofrer críticas, pode ter a ver com isso. A maioria do povo russo, segundo levantamentos, se informa a partir dos canais abertos controlados pelo governo.

Se Navalni não estiver no páreo, há dúvidas sobre quem desafiará Putin, que poderá concorrer à reeleição. O Partido Comunista certamente terá Gennadi Ziuganov como candidato, como ocorre há anos, para ficar num distante segundo lugar. Outros nomes não despontam com força, e hoje apenas quatro agremiações, das 70 existentes no país, cumprem requisitos para lançar candidatos ao Kremlin.

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