DIOGO BERCITO
MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Um dia após a primeira-ministra britânica, Theresa May, oferecer direitos aos cidadãos europeus, líderes do bloco disseram nesta sexta (23) que a proposta não é o bastante.
Entre eles o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que afirmou: "Este é um primeiro passo, mas não é o suficiente".
A mesma mensagem foi repetida pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel. "Não foi um avanço", disse. Ela afirmou em entrevista coletiva que os 27 membros restantes "vão estar bem preparados, e nós não vamos permitir que nos dividam".
Já o premiê belga, Charles Michel, disse que a proposta de May é "um gato na sacola", uma expressão usada para um "presente dúbio". Ele afirmou que a oferta de May foi "particularmente vaga".
As reações são uma demonstração da dura barreira que May deverá enfrentar nos próximos meses durante as negociações do "brexit", a saída britânica da UE. As conversas foram formalmente iniciadas nesta semana.
May tem dito que vai conseguir o melhor acordo possível para o Reino Unido, que deve deixar o bloco econômico até meados de 2019. Mas os europeus vêm demonstrando não estar dispostos a muitas concessões.
O presidente francês, Emmanuel Macron, deve se mostrar especialmente rígido nessas negociações.
Tanto o Reino Unido quanto a UE querem que os direitos de seus cidadãos sejam decididos já no início das negociações, antes de adentrarem em temas complexos como os acordos comerciais.
A proposta de May é de que os 3 milhões de europeus vivendo no Reino Unido não sejam obrigados a deixar o país no momento da separação. Quem viveu no Reino Unido por cinco anos poderia ter os mesmos direitos concedidos aos cidadãos britânicos.
A UE exige, porém, que seu Tribunal de Justiça possa decidir sobre esses direitos algo que May rejeita.
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