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Filme é filme, não importa se no cinema ou no celular, diz presidente da HBO Films

SÓ PODE SER REPRODUZIDA COM ASSINATURA NELSON DE SÁ SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Presidente da HBO Films, Len Amato critica a restrição de premiações como Cannes e Oscar às produções da própria HBO e das novas forças de Hollywood, Netflix e Amazon. "No f

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 04.06.2017, 09:00:08 Editado em 04.06.2017, 09:00:10
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SÓ PODE SER REPRODUZIDA COM ASSINATURA

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NELSON DE SÁ

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Presidente da HBO Films, Len Amato critica a restrição de premiações como Cannes e Oscar às produções da própria HBO e das novas forças de Hollywood, Netflix e Amazon. "No fim das contas, é só distribuição", diz, nada a ver com a "aspiração do artista".

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Em entrevista à reportagem sobre "O Mago das Mentiras", com Robert De Niro, recém-lançado em TV paga e internet (HBO Go), ele vê o cinema em transição e diz que barreiras vão cair. Leia trechos abaixo.

Pergunta - Como o sr. vê a reação contra os filmes feitos para streaming em Cannes? Tem que passar na tela grande para ser digno de premiação?

Len Amato - Eu diria que estamos num momento de transição. Como todos sabemos, os filmes, as séries, todos os tipos de entretenimento estão sendo consumidos no mundo por meio de diferentes aparelhos, não só nos cinemas. A tecnologia nos modificou. E nós sabemos que existe trabalho de qualidade acontecendo em toda parte.

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Tenho para mim que um filme é um filme, não importa se exibido no cinema, na televisão, no computador ou no celular. A aspiração do artista, a qualidade do projeto que ele quer comunicar está ainda intacta e sendo apresentada. É preciso rever com atenção a velha maneira de olhar os requisitos para um filme concorrer. Porque no fim das contas é só distribuição, de fato.

- A HBO, símbolo do início da TV paga nos anos 1970, está no meio dessa maciça mudança para o vídeo pela internet. Como isso afeta as escolhas de produção? Um filme feito para streaming tem que ser mais barato, por exemplo?

Obviamente, não vamos fazer "Guerra nas Estrelas", filmes de US$ 120 milhões. Isso é certo, a questão financeira de fazer um filme na HBO é bem diferente daquela de um suposto "blockbuster".

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Mas ao mesmo tempo muitos filmes são feitos com orçamentos menores, mas saudáveis o bastante para você ver o valor da produção na tela. E hoje não existe filme que não calcule um número e tente se manter naquele orçamento.É uma realidade da vida.

Não existe nenhuma diferença entre os filmes que estamos fazendo e os longas dramáticos. Se as regras fossem diferentes, alguns poderiam ter concorrido, na categoria de ator ou outras, cabeça a cabeça com os que venceram o Oscar nos últimos anos, como "O Discurso do Rei" e outros realizados com base nos recursos do ator.

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- O filme sobre o escândalo financeiro de Madoff tem uma das grandes interpretações recentes de Robert De Niro. Vocês pretendem inscrevê-lo nas maiores premiações?

Obrigado. O filme não pode concorrer ao Oscar [porque não estreou em cinema], mas pode ao Golden Globe e ao Emmy. Isso tem a ver com a transição em que estamos neste momento, em particular pela atuação de Robert De Niro. Estávamos interessados em abordar a tragédia quase shakespeariana daquela família, depois que Bernie Madoff decide se entregar e é preso [por aplicar golpe de bilhões, em 2008], olhar o lado complexo daquele personagem.

- Como o sr. avalia a expansão global da Netflix e da Amazon, que são de certa maneira concorrentes da HBO? O sr. vê a HBO indo pelo mesmo caminho, ao redor do mundo?

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A HBO já tem uma presença internacional robusta, que vai muito bem. São concorrentes, mas o trabalho de qualidade sempre vai encontrar público.

A nossa filosofia é que eles jogam o jogo deles e nós jogamos o nosso. Se saírem grandes programas a partir disso, é uma vitória para o público. Mas não precisamos ficar presos nisso e sim concentrados no que fazemos melhor.

- Mas o sr. concorda que Amazon e Netflix começaram a produzir filmes melhores?

Claro. A Amazon tem gente dirigindo seu departamento de cinema que é veterano de longas-metragens, e é evidente que eles estão produzindo bons trabalhos. E a Netflix está gastando bastante dinheiro, comprando ou fornecendo o financiamento para filmes, e fazendo um monte deles.

Quando você faz um monte de filmes, alguns serão bons, com certeza. Mas não é por causa de uma situação em que um concorrente está melhorando que vamos mudar, reagir. Sempre haverá um público para obras de qualidade.

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