PAULA SPERB
PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - Casas alagadas, móveis danificados, roupas e alimentos estragados. Essa é a realidade de 3.650 pessoas que estão fora de suas casas no Rio Grande do Sul devido a uma semana de chuvas.
De acordo com a Defesa Civil gaúcha, 100 cidades foram afetadas, das quais 44 decretaram situação de emergência. As enxurradas afetaram especialmente os municípios próximos aos rios, na fronteira oeste.
Em Uruguaiana, ao sul, cerca de cem pessoas foram removidas para ginásios da prefeitura, onde recebem alimentação e atendimento médico.
Em São Borja, na fronteira sudoeste com a Argentina, o nível do rio Uruguai está em 13,9 metros, acima do nível de alerta para a localidade.
Ao noroeste, Porto Xavier suspendeu as aulas das escolas municipais e cancelou a travessia de barco para a Argentina pelo rio Uruguai.
Mas não é só na fronteira que as cidades estão em situação de emergência. Na região metropolitana de Porto Alegre, cidades banhadas pelos rios Caí e Sinos, como São Sebastião do Caí e Montenegro, também sofrem com a cheia.
Embora não tenha decretado situação de emergência, Porto Alegre registrou alagamentos em diversos pontos da cidade. Parte dos trens precisou parar o transporte por causa da água nos trilhos, nesta quinta-feira (1º).
A população do bairro Arquipélago, com 16 ilhas banhadas pelo rio Guaíba e pelo delta do rio Jacuí, é a mais afetada. Na Ilha Grande dos Marinheiros, as crianças não vão à escola porque não possuem mais trocas de roupas: estão todas molhadas.
Esse é o relato da voluntária Ângela Del Grande, 42, bióloga que leva donativos aos moradores. "Muitos são catadores de papel e recicladores. Com a chuva, não tem serviço. Sem trabalho, falta até comida", afirmou Ângela.
A Defesa Civil municipal afirma que o nível do rio Guaíba está baixando. A previsão é a de que as chuvas cessem nos próximos dias.
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