SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Extremistas ligados à milícia terrorista Estado Islâmico que enfrentam as forças de segurança em uma região sitiada no sul das Filipinas mataram 19 civis, informou o Exército neste domingo (28). Os assassinatos elevam para 85 o número de mortos ao longo da última semana.
"Encontramos os corpos em uma operação de busca", disse o coronel Jo-ar Herrera, porta-voz regional do Exército. "São civis, mulheres. Estes terroristas estão contra o povo."
Pela manhã, foram encontrados os corpos de oito homens em um barranco na periferia de Marawi, cidade com cerca de 200 mil habitantes a cerca de 80 quilômetros da capital, Manila.
Algumas das vítimas foram baleadas na cabeça e suas mãos atadas atrás de suas costas, e junto a elas foram encontrados bilhetes com a inscrição "traidores", sugerindo que elas foram mortas pelos radicais.
Os enfrentamentos em Marawi se intensificaram na terça-feira, depois que as forças de segurança invadiram uma casa que se acreditava ser o esconderijo de Isnilon Hapilon, líder da facção islamita Abu Sayyaf, ligada ao EI.
Hapilon, que está na lista americana de terroristas mais procurados no mundo, não foi encontrado.
Muitos habitantes de Marawi fugiram de suas casas desde o início dos enfrentamentos, mas cerca de 2.000 civis seguem cercados nas áreas controladas pelos radicais.
A conflagração de Marawi levou o presidente Rodrigo Duterte a impôr a lei marcial por 60 dias na ilha de Mindanao, onde fica a cidade conflagrada. O líder filipino alertou que a norma de exceção poderia ser expandida para todo o país.
Em vídeo divulgado neste domingo, Duterte convidou milícias islâmicas separatistas e grupos armados comunistas que têm histórico de enfrentamento com as forças do Estado a se juntarem ao combate contra os extremistas em Marawi.
"Eu os contratarei como soldados com o mesmo salário, os mesmos privilégios, e construirei casas para vocês em algumas regiões", disse o presidente.
Grupos de direitos humanos expressaram temores de que os poderes da lei marcial possam endurecer ainda mais a repressão promovida por Duterte no país. Desde que chegou ao governo, há quase um ano, o presidente conduz uma campanha de guerra às drogas que já deixou quase 10 mil mortos.
Desde os anos 1990, a milícia Abu Sayyaf raptou centenas de filipinos e estrangeiros para obter dinheiro por meio de resgates. O grupo também reivindicou os piores ataques já ocorridos no país, incluindo o atentado em 2004 em uma balsa na baía de Manila no qual mais de 100 pessoas morreram.
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