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Iraque prepara nova ofensiva em Mossul

YAN BOECHAT MOSSUL, IRAQUE (FOLHAPRESS) - As Forças Armadas Iraquianas iniciam neste sábado (27) aquele que pode ser o ataque final para a completa retomada de Mossul dos terroristas do Estado Islâmico. Desde o início de maio as tropas iraquianas estão en

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 27.05.2017, 08:15:08 Editado em 27.05.2017, 11:07:58
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YAN BOECHAT

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MOSSUL, IRAQUE (FOLHAPRESS) - As Forças Armadas Iraquianas iniciam neste sábado (27) aquele que pode ser o ataque final para a completa retomada de Mossul dos terroristas do Estado Islâmico.

Desde o início de maio as tropas iraquianas estão encurralando os extremistas nas partes antigas de Mossul, área mais densamente povoada da cidade e onde os combates devem ser mais duros.

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Com ruas estreitas e elevação, os soldados não poderão contar com blindados e tanques. A estratégia do Exército é reduzir o número de combatentes ao menor possível para evitar ainda mais baixas em suas fileiras.

A data do reinício dos ataques coincide com o começo do Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos.

Neste momento, os militantes do Estado Islâmico estão concentrados em uma área de pouco mais de 10 km?, mas ainda repleta de civis.

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Ao longo dos últimos dias, aviões americanos e iraquianos despejaram milhares de folhetos sobre a cidade pedindo que a população abandone suas casas e siga para os campos de refugiados por causa da batalha iminente.

Moradores que conseguem escapar das áreas conflagradas, porém, afirmam serem impedidos pelo Estado Islâmico de deixar suas casas.

"A situação está muito complicada para nós", diz Ibhahim Mahmood, um padeiro que conseguiu escapar com a mulher, três filhos e seus pais idosos do bairro de 17 Tamous, um dos maiores da cidade, na segunda (22).

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"Se tentamos fugir, os franco-atiradores do Estado Islâmico nos matam; se ficamos, os ataques aéreos nos matam", diz ele poucos minutos após fugir do porão de sua casa com a ajuda de soldados iraquianos. "Além disso, não há comida, não há água".

CERCADOS

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A ONU estima que ao menos 200 mil pessoas estejam presas nos bairros que ainda estão sob controle do EI.

Em declarações ao Conselho de Segurança da ONU, o enviado da entidade ao Iraque, Jan Kubis, informou que há provas de que o EI ampliou de forma significativa o uso de civis como escudo humano nesta fase de combate.

Segundo declarações do porta voz da coalizão internacional liderada pelos EUA para combater o EI no Iraque e na Síria, coronel Ryan Dillon, o grande número de civis dificulta o avanço das tropas.

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"Mossul é a operação militar em ambiente urbano mais complexa das últimas décadas, é impossível determinar uma data para o fim dos combates", afirmou.

Quando as batalhas para expulsar o EI de Mossul tiveram início, em outubro de 2016, a expectativa da coalizão e do governo iraquiano era que Mossul fosse retomada em apenas três meses.

Apesar das repetidas declarações de preocupação com a população civil pelos militares, tem crescido o número de mortos, sobretudo em ataques aéreos. A ONG Iraq Body Count contabiliza quase 2.000 mortos na cidade nos últimos três meses por causa dos bombardeios aéreos.

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O uso de artilharia pesada em áreas densamente povoadas também cobra um preço alto à população civil.

O recente pedido de esvaziamento das áreas sob domínio do EI pode indicar que as forças iraquianas planejam ampliar os ataques aéreos.

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Em 17 Tamous, nesta semana, a destruição é total, com grandes crateras nas ruas, carros incendiados e casas reduzidas a escombros.

Militares iraquianos também têm sido acusados de assassinatos, prisões indiscriminadas, estupros e tortura.

Uma reportagem publicada pela revista alemã "Der Spiegel" nesta semana mostra fotografias e vídeos de soldados da Divisão de Resposta Rápida, uma força de elite treinada pelos EUA, praticando crimes contra civis acusados de pertencerem ao EI.

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O governo iraquiano prometeu investigar o caso.

O Ministério do Interior, porém, afirmou que as fotografias eram montagens.

Na segunda (22), a reportagem testemunhou militares do Exército iraquiano agredindo um civil.

Ele estava sob custódia dos soldados da 16ª Divisão do Exército havia três dias.

Preso em uma casa a dezenas de metros do front, o homem apresentava ferimentos na orelha direita, típicos de quem teve o lóbulo perfurado por uma faca, tipo de tortura tradicional no Iraque.

Diante da reportagem, soldados deram socos em sua cabeça e chutes em suas pernas com naturalidade. O homem, apavorado, dizia ser inocente e fugir do campo de batalha como outros civis.

"O pé dele está muito machucado, como alguém que não tirou o sapato por muito tempo, e as mãos estão ressecadas", afirmou o capitão responsável pela unidade que detinha o homem, explicando o motivo da prisão.

"Além disso, ele tem cheiro de daesh, nós conhecemos esse cheiro", disse, aludindo ao acrônimo em árabe para a milícia, antes de perguntar: "O que você acha que devo fazer com ele?"

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