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ATUALIZADA - Secretário da Saúde de Doria diz que não sabia de operação na cracolândia

ARTUR RODRIGUES E MARIANA ZYLBERKAN SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O secretário da Saúde da gestão João Doria (PSDB), Wilson Pollara, afirmou nesta quinta-feira (25) que não soube com antecedência da operação feita na cracolândia pela polícia, ligada ao gov

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.05.2017, 22:30:08 Editado em 25.05.2017, 22:30:10
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ARTUR RODRIGUES E MARIANA ZYLBERKAN

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O secretário da Saúde da gestão João Doria (PSDB), Wilson Pollara, afirmou nesta quinta-feira (25) que não soube com antecedência da operação feita na cracolândia pela polícia, ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Pollara é um dos principais responsáveis pelo programa de tratamento de viciados de Doria. A ação aconteceu no domingo (21), com prisão de traficantes e dispersão de dependentes. Logo após ser realizada, foi exaltada tanto por Doria como por Alckmin. Em seguida, acabou espalhando usuários de crack pelas ruas do centro, provocando a criação de uma nova cracolândia a 400 metros da original.

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"A situação policial foi feita sob sigilo, não tivemos nenhum tipo de informação que iria ser feita", disse Pollara.

A declaração foi feita quando o secretário era questionado por jornalistas sobre a falta de credenciamento dos usuários de drogas, conforme estava previsto no plano Redenção, do qual ele foi um dos articuladores. "[O credenciamento dos viciados] não foi feito antes no dia D porque não tem dia D [ação policial] no projeto. O dia D foi uma situação excepcional, policial, necessária, através da avaliação da equipe de segurança".

A afirmação de Pollara contrasta com nota da assessoria de imprensa de Doria, enviada à reportagem no dia 22 de maio. O comunicado diz: "Para evitar vazamentos de informações que prejudicassem os trabalhos, nem toda a estrutura da prefeitura foi avisada sobre a ação, somente o prefeito e secretários diretamente envolvidos no projeto Redenção foram informados com antecedência".

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Questionado sobre o assunto, o governo Alckmin afirmou que "todas as secretarias estaduais e municipais envolvidas nas ações na região foram avisadas da operação policial com antecedência".

A gestão Doria enviou nota à reportagem dando os detalhes sobre como foi feito o aviso aos secretários. Segundo o comunicado, o secretário de Governo, Julio Semeghini, foi o primeiro a ser avisado da ação policial pela SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), do governo Alckmin.

Três dias antes da ação, ele avisou os secretários de Justiça e Segurança Urbana, Anderson Pomini e José Roberto Oliveira, respectivamente. Só com um dia de antecedência os titulares da pasta da Saúde, Pollara, e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, foram informados, junto com Fernando Chucre (Habitação), Heloisa Proença (Urbanismo e Licenciamento), Marcos Penido (Serviços e Obras) e Fábio Santos (Comunicação).

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O discurso adotado pelo secretariado de Doria, no entanto, é que a ação policial ajudou no tratamento dos viciados, por retirar o tráfico do local.

"A ação é da polícia, é do Estado e a decisão foi deles", disse o secretário de governo, Julio Semeghini. "O que houve foi essa ação, que foi totalmente diferente do nosso projeto, mas que está permitindo, obrigando que a a gente implante mais correndo, mais rápido as nossas ações, mas por outro lado está sendo muito melhor, porque antes a gente não conseguíamos ter acesso".

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O secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, confirmou que não avisou o secretário de Saúde, Wilson Pollara, sobre a ação policial realizada na cracolândia no domingo. "Não havia ação programada da secretaria de saúde naquele local. No sábado, eu me reuni com o secretário de segurança urbana, coronel José Roberto Oliveira. Não teve falta de coordenação e nenhuma omissão de informação", disse o secretário.

Ele explicou que avisou o coronel Oliveira e o secretário de governo, Júlio Semeghini, sobre a ação "com bastante antecedência", antes mesmo de despachar os mandados de prisão cumpridos no domingo. "Nós iríamos realizar uma ação contra o tráfico de entorpecentes e, depois que conseguíssemos liberar aquele território, precisaríamos que a GCM assumisse aquele território com a polícia militar."

O secretário afirmou que não estão mais programadas ações policiais como a que ocorreu no último domingo. "Aquela área onde funcionava o fluxo não é mais uma área de livre comércio de entorpecentes como era antes. O nosso propósito era acabar com aquele comércio absurdo de entorpecentes. Era algo absolutamente extravagante sem nenhum precedente no mundo. Um negócio milionário que gerava R$ 180 milhões por ano, R$ 500 mil reais por dia."

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BRONCA

As afirmações dos secretários foram feitas em entrevista coletiva chamada por Doria para anunciar doação de cobertores da iniciativa privada aos moradores de rua.

Na entrevista, Doria admitiu que pode haver "alguns erros e ajustes necessários" na ação na cracolândia. "Os acertos e os erros são de todos. Nós fazemos uma ação conjunta", disse o tucano.

O prefeito afirmou também que, a partir de agora, as ações do programa serão avaliadas diariamente por dois grupos, para corrigir eventuais problemas com mais facilidade.

Doria se exaltou com um repórter da TV Record, que questionou o prefeito sobre nota da Associação de Juízes para a Democracia, que repudiou o que chama de política "higienista e de extermínio". "Tá cheio de associações provenientes de grupos ideológicos. Você acha que isso merece uma pergunta pública num ambiente de coletiva de imprensa. Me perdoe, você como um jornalista, um repórter, você tem que ter discernimento", disse.

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