SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao lado de líderes mundiais na nova sede da Otan (aliança militar ocidental), em Bruxelas, o presidente dos EUA, Donald Trump, cobrou nesta quinta-feira (25) que os demais membros aumentem seus investimentos em defesa e os acusou de dever "grandes quantidades de dinheiro" à organização.
Ao longo de sua campanha eleitoral, Trump instou diversas vezes os aliados europeus a cumprir um acordo, firmado em 2014, de que todos os 28 integrantes do bloco aumentassem os gastos militares para ao menos 2% de seu PIB em até uma década.
Atualmente, só EUA (3,61% do PIB), Grécia (2,36%), Estônia (2,18%), Reino Unido (2,17%) e Polônia (2,01%) cumprem a meta.
A visita de Trump era aguardada com apreensão. Quando candidato, ele disse que a Otan era obsoleta, indicando um possível rompimento dos EUA com a organização que o país forjou durante a Guerra Fria e da qual segue como maior fiador.
Desde que chegou à Casa Branca, porém, Trump amenizou a retórica e deu apoio à Otan, dizendo que não a via mais como obsoleta.
Representantes da aliança militar esperavam que Trump expressasse apoio à cláusula do estatuto da organização que obriga seus países membros a darem apoio militar a um aliado que for atacado.
O republicano não fez menção expressa a esse tema, mas um funcionário de alto escalão da Casa Branca disse à agência Reuters que o pronunciamento de Trump sinalizava apoio a essa cláusula.
Trump inaugurou no local um monumento com um fragmento das Torres Gêmeas. Após os ataques de 11 de setembro de 2001, a Otan ativou a cláusula de defesa coletiva pela primeira e única vez, e os países membros juraram ajudar o aliado atacado. Participaram do evento a chanceler alemã, Angela Merkel, a primeira-ministra britânica, Theresa May, e o presidente francês, Emmanuel Macron, entre outros.
PROTESTO
Milhares de pessoas marcharam nesta quinta, em Bruxelas, contra a presença de Trump. Manifestantes carregaram placas com os dizeres "solidariedade com as mulheres ao redor do mundo" e "Trump, vá embora".
A ida à Otan faz parte de seu primeiro giro no exterior desde que tomou posse. Nesta sexta (26), participará da cúpula do G7 (grupo das sete principais economias desenvolvidas) na Sicília.
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