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Procuradora chama Maduro a atacar causas de protestos na Venezuela

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A procuradora-geral da República, Luisa Ortega Díaz, voltou a criticar o presidente Nicolás Maduro e as forças de segurança pela violência nos protestos e por não atacarem as causas que levam as pessoas às ruas. Segundo o rel

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.05.2017, 20:50:10 Editado em 24.05.2017, 20:50:12
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A procuradora-geral da República, Luisa Ortega Díaz, voltou a criticar o presidente Nicolás Maduro e as forças de segurança pela violência nos protestos e por não atacarem as causas que levam as pessoas às ruas.

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Segundo o relatório divulgado nesta quarta-feira (24), em 54 dias de manifestações 55 pessoas morreram, mais de mil ficaram feridas e outras 2.664 foram presas. Quase 350 estabelecimentos comerciais foram saqueados.

Na apresentação do último balanço, Ortega Díaz disse que a crise política entre o governo chavista e sua oposição "não se resolve privando as pessoas da liberdade, mas reconhecendo que existe o problema".

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"O descontentamento social é o resultado da severa crise econômica que leva ao desabastecimento de alimentos, remédios e à insegurança que existe."

Ainda sobre o desabastecimento, ela fez um chamado ao fim dos saques por alimentarem a escassez. As invasões a lojas aumentaram principalmente no interior, e o governo e seus rivais trocam acusações sobre os responsáveis.

"Devemos parar com isso, porque se o país está passando por graves dificuldades econômicas esta destruição torna mais aguda os problemas que padecem a população para se abastecer de alimentos e remédios."

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Sobre a violência das forças de segurança, citou como exemplo a morte de Juan Pablo Pernalete, 20, atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo em um ato opositor em Caracas em 26 de abril.

Baseada na perícia do Ministério Público e no depoimento de testemunhas, a procuradora afirma que o artefato foi disparado à queima-roupa por um guarda, provocando uma lesão no tórax que levou à morte do manifestante.

A versão é a mesma dos opositores e dos médicos que o atenderam. "Disparar bombas de gás contra as pessoas é proibido, é letal. A lei nacional e internacional proíbe que elas sejam atiradas diretamente nas pessoas."

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Para o governo, Pernalete foi morto por manifestantes encapuzados com uma pistola de dardo cativo —arma usada para eutanásia de animais. O dardo provoca uma concussão que pode matar dependendo do órgão atingido.

A versão foi reiterada nesta quarta pelo defensor do povo, Tarek William Saab, e pelo ministro das Comunicações, Ernesto Villegas. Saab disse que as investigações ainda não acabaram, apesar da perícia do Ministério Público.

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Ortega Díaz ainda criticou a guerra de versões sobre as mortes, ocorrida não só no caso de Pernalete, e os rumores publicados na imprensa e nas redes sociais. Ela disse que ambos afetam as investigações dos promotores.

Desde março a procuradora-geral se distancia do governo. Ela considerou uma ruptura da Constituição a sentença que dava ao Judiciário as funções do Legislativo, dominado pela oposição, que foi derrubada dias depois.

Ela também condenou a violência nos protestos, as prisões com flagrantes forjados e sem provas de manifestantes. Também é contra a Constituinte convocada por Maduro, por considerar que alimenta mais a divisão no país.

AMEAÇA

Nesta quarta, o Tribunal Supremo de Justiça ameaçou decretar a prisão de oito prefeitos venezuelanos, todos da oposição, se não impedirem a formação de barricadas e não zelarem pela segurança em seus municípios.

Dentre eles, estão quatro alcaides de cidades que formam a zona leste de Caracas, reduto opositor. Eles deverão impedir o fechamento das ruas, a corrupção de menores e organizar suas guardas para as manifestações.

Caso não cumpram, eles podem ser condenados a até 15 meses de prisão. O Judiciário repete medida tomada em 2014, que levou à prisão Daniel Ceballos, prefeito de San Cristóbal, berço da onda de protestos daquele ano.

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