MAIS LIDAS
VER TODOS

Geral

ATUALIZADA - Brasileiros acham diferenças no DNA de aves

REINALDO JOSÉ LOPES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Se tivesse a chance de reescrever "A Origem das Espécies" no século 21, Darwin bem que poderia falar de nove passarinhos brasileiros para exemplificar como a evolução usa pequenas variações para forjar novo

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 24.05.2017, 20:25:04 Editado em 24.05.2017, 20:25:05
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

REINALDO JOSÉ LOPES

continua após publicidade

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Se tivesse a chance de reescrever "A Origem das Espécies" no século 21, Darwin bem que poderia falar de nove passarinhos brasileiros para exemplificar como a evolução usa pequenas variações para forjar novos seres vivos.

Comparações genômicas entre as nove espécies de caboclinhos (do gênero Sporophila) revelaram pequenas diferenças no DNA que provavelmente estão ligadas à plumagem dos machos, a qual, por sua vez, teria levado à formação dessas espécies ao longo de milhares de anos.

continua após publicidade

"É uma diversidade única", disse à reportagem um dos autores do novo estudo sobre as aves, Luís Fábio Silveira, do Museu de Zoologia da USP.

A pesquisa assinada por Silveira e colegas acaba de sair na revista "Science Advances". Ao analisar o genoma dos bichos, os cientistas venceram uma frustração antiga: o DNA das nove espécies é tão parecido que até hoje ninguém tinha conseguido achar diferenças significativas.

Além disso, é praticamente impossível achar diferenças entre fêmeas e filhotes dos diferentes Sporophila.

continua após publicidade

A confusão só some quando os ornitólogos examinam os machos. Mais vistosos que suas parceiras e filhos, eles apresentam ampla gama de padrões coloridos, misturando tons como o amarelo, o preto, o cinza e o canela.

Mais importante ainda, na hora de acasalar não há bagunça -os machos parecem saber muito bem quais são as fêmeas "certas", e não há sinal de hibridização entre as espécies, ainda que várias delas costumem viver nos mesmos ambientes e se reproduzam no mesmo espaço.

Depois de analisar milhões de "letras" químicas de DNA no genoma dos caboclinhos, o grupo conseguiu flagrar algumas áreas pequenas que variam de forma considerável de espécie para espécie.

continua após publicidade

Grande parte delas está ligada ao sistema de produção de melanina -pigmento que dá às penas suas cores. Um desses genes, por exemplo, faz com que os melanócitos, as células produtoras de pigmento, deixem de produzir eumelanina (de cor preta ou marrom) e comecem a fabricar feomelanina (amarela).

A questão é saber como as diferenças surgiram. É provável que o ancestral comum das espécies tenha chegado à América do Sul durante a Era do Gelo, quando o frio levou à expansão das áreas de vegetação aberta das quais elas dependem para viver.

Uma possibilidade, segundo o pesquisador da USP, é que diferentes populações desse ancestral tenham ficado isoladas em certas regiões. Em cada lugar, as fêmeas desenvolveram predileções distintas por certo tipo de macho "bonitão" -com o padrão de plumagem que acabaria se tornando típico de cada espécie. Trata-se do processo conhecido como seleção sexual, que também foi estudado por Darwin.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Geral

    Deixe seu comentário sobre: "ATUALIZADA - Brasileiros acham diferenças no DNA de aves"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!