MAIS LIDAS
VER TODOS

Geral

Em meio a disputa política, Odebrecht tem escritório revistado na Argentina

SYLVIA COLOMBO BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - O escritório da Odebrecht em Buenos Aires foi revistado nesta quarta-feira (24), apesar de a empresa já ter se oferecido a colaborar com a Justiça local, disponibilizando informações sobre os casos de

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 24.05.2017, 16:55:09 Editado em 24.05.2017, 16:55:12
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

SYLVIA COLOMBO

continua após publicidade

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - O escritório da Odebrecht em Buenos Aires foi revistado nesta quarta-feira (24), apesar de a empresa já ter se oferecido a colaborar com a Justiça local, disponibilizando informações sobre os casos de corrupção nos quais a construtora brasileira estaria envolvida no país vizinho.

De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, a Odebrecht teria pago US$ 35 milhões em propinas a políticos argentinos.

continua após publicidade

Segundo a reportagem apurou, a ordem teria sido uma retaliação por parte do Judiciário local, em razão de contatos que foram feitos nas últimas semanas entre representantes do Executivo e funcionários da empresa.

Em ano eleitoral -a Argentina renova metade de seu Congresso em outubro-, o caso Odebrecht está virando uma bandeira política para ambos os lados da disputa.

De um lado, está a Procuradoria, que legalmente seria responsável por receber as informações dos casos e dos acordos firmados entre a empresa e a Justiça do Brasil. O órgão, porém, responde à procuradora-geral, Alejandra Gils Carbó, vinculada ao kirchnerismo e inimiga política do presidente Mauricio Macri.

continua após publicidade

O Executivo considera que Gils Carbó está encaminhando as investigações de modo a apenas expor os nomes de possíveis suspeitos relacionados ao governo Macri. Foi o caso do atual chefe do serviço de inteligência, Gustavo Arribas, acusado em delação pelo doleiro Leonardo Meirelles de ter recebido mais de US$ 800 mil.

Macri considera que a Procuradoria anda muito lenta para investigar o restante das acusações e vem sendo pressionado por aliados políticos, como a deputada Elisa Carrió.

Como o período que abrange a investigação, de 2010 a 2015, teve à frente do país o kirchnerismo, os macristas tinham a expectativa de que, a essa altura, surgissem nomes que estivessem relacionados à concessão de obras públicas durante a gestão de Cristina Kirchner (2007-2015), como o ex-ministro do Planejamento, Julio De Vido. Este, porém, até agora, não está sendo investigado formalmente.

continua após publicidade

A Odebrecht pretende, ao fornecer informações sobre os delitos e pagar possíveis multas, receber autorização para continuar participando de licitações no país, assim como terminar as obras já iniciadas. A empresa também pretende que os executivos que já estejam respondendo a processo no Brasil não sejam levados a tribunais também na Argentina.

A Justiça alega que a Constituição argentina não permitiria esse tipo de acordo, algo que o Executivo contesta, pois tal pacto poderia ser contemplado por tratados internacionais ou pela "lei do arrependido" -legislação local até agora usada apenas em crimes envolvendo narcotráfico.

continua após publicidade

Na tarde da quarta-feira (24), o escritório local da Odebrecht divulgou um comunicado que diz: "a empresa reafirma sua posição em colaborar com a Justiça e espera reconquistar a confiança da sociedade com uma atuação empresarial íntegra, ética e transparente."

O Executivo teria começado a atuar no caso oficialmente na terça-feira (23), quando o ministro da Justiça, Germán Garavano, a pedido de Macri, se reuniu com advogados da empresa.

Mais cedo, Garavano deu declarações à imprensa local. "A Procuradoria deveria liderar esse processo, mas não vem colocando nem empenho nem esforço na investigação dos casos, pelo contrário", disse o ministro, sugerindo ainda que Gils Carbó estava "boicotando" o andamento das investigações.

"O interesse do presidente é que isso se resolva o mais rápido possível e do modo mais transparente. Nos deu ordem de avançar até as últimas consequências", concluiu.

As obras mais importantes sob foco são o soterramento do trem Sarmiento, na região metropolitana de Buenos Aires, que tiveram início durante a gestão Cristina Kirchner, mas na qual a Odebrecht atuou em parceria com a Iecsa, empresa que pertencia a um primo do presidente. Outra obra de destaque é a construção de uma estação de tratamento de água no rio Tigre.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Geral

    Deixe seu comentário sobre: "Em meio a disputa política, Odebrecht tem escritório revistado na Argentina"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!