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ATUALIZAÇÃO - Palestinos são soltos um dia após briga com direita anti-imigração

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER E PAULO GOMES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os dois palestinos detidos após confronto com manifestantes de direita contrários à Lei de Migração em São Paulo foram liberados na tarde desta quarta-feira (3). Segundo a decisão da Jus

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.05.2017, 21:00:11 Editado em 03.05.2017, 21:00:13
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ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER E PAULO GOMES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os dois palestinos detidos após confronto com manifestantes de direita contrários à Lei de Migração em São Paulo foram liberados na tarde desta quarta-feira (3).

Segundo a decisão da Justiça, Nour Alsayyd e Hasan Zarif responderão em liberdade pelos crimes de explosão e lesão corporal - Alsayyd, também por lesão corporal majorada, por ter agredido e imobilizado um policial militar.

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Zarif é o líder do movimento "Palestina para Tod@s" e dono do Al Janiah, bar no Bexiga (centro de SP) administrado por refugiados e militantes da causa palestina.

Por ausência de provas, os dois brasileiros detidos com os palestinos na briga com o grupo de direita, Roberto Gomes Freitas e Nikolas Ereno Silva, tiveram os flagrantes retirados e foram liberados.

O conflito ocorreu na noite de terça (2) em meio a uma passeata do grupo Direita São Paulo na av. Paulista. Eles se manifestavam contra a Lei da Migração, aprovada no Congresso e que, se sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB), ampliará os direitos dos imigrantes no país.

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Segundo a descrição da decisão judicial, um grupo de 15 a 20 pessoas teria se aproximado do protesto, e Zarif teria atirado uma bomba contra os manifestantes. O grupo teria ainda tentado arremessar um segundo artefato explosivo, mas foi contido por PMs e pelos manifestantes, conforme o texto.

Freitas e Silva teriam então partido para cima dos manifestantes - foram apreendidos um martelo e um soco inglês com Nikolas - e Alsayyd teria agredido um policial e o imobilizado. Seu advogado, Hugo Albuquerque, disse que ele foi levado ao hospital devido às agressões que sofreu quando foi contido na sequência por PMs e manifestantes, "com possível nariz quebrado e muitas escoriações".

O defensor diz que os policiais "compraram" a versão dos ativistas anti-imigração, "como se os palestinos tivessem atacado o grupo". Segundo Albuquerque, a bomba caseira estourada na Paulista partiu dos manifestantes. "Houve ofensas, houve vias de fato, e a polícia interveio só por um lado", afirmou.

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As defesas dos quatro alegaram não haver prova da materialidade de explosão, bem como "controvérsia a respeito da real dinâmica dos fatos". O juiz José Eugenio do Amaral Neto, no entanto, entendeu que há sim prova, bem como indícios da autoria dos palestinos.

FLAGRANTES

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Segundo os depoimentos de policiais e manifestantes, Zarif atirou o artefato, acendido por Alsayyd. Ambos negam. Foi retirado o flagrante por associação criminosa e, no caso da lesão contra o policial, o juiz entendeu que houve o crime, "mesmo não havendo laudo de corpo de delito", como escreve. Os palestinos receberam punições cautelares, sob a justificativa de "risco para a ordem pública".

O juiz salientou ser "necessária correta verificação das dinâmicas dos fatos", com a possível revisão após o exame de corpo de delito da vítima da explosão e novos laudos periciais, e determinou que Zarif e Alsayyd compareçam mensalmente em juízo, proibiu o acesso dos dois imigrantes a manifestações contrárias à Lei de Migração, contato com qualquer das vítimas e se ausentar da cidade por 15 dias sem autorização prévia.

Coordenador da Direita São Paulo, grupo que organizou a passeata, André Petros Angelides disse que o grupo protestava "pacificamente" quando "uma bomba caseira" foi jogada. "Eu vi a bomba saindo da calçada e caindo no meio da galera. Machucou a perna de um dos nossos manifestantes", disse.

A organização postou um vídeo em que os dois lados trocam socos e chutes. Quando PMs intervêm (ora para separar a briga, ora para coibir os agressores), começa o coro: "Viva a PM! Viva a PM!". Também escuta-se alguém dizer: "Comunista tem que morrer".

Com o nariz sangrando, um representante da direita diz que foi "agredido numa manifestação pacífica". Um senhor chamado de Antonio, com a blusa manchada de sangue, afirma: "É uma vergonha, é uma vergonha. Comunistas vagabundos!"

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