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Sem Trump, jantar de jornalistas adota tom crítico contra 'notícia falsa'

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No primeiro jantar dos correspondentes da Casa Branca desde 1981 sem a presença do presidente, na noite deste sábado (29), os jornalistas adotaram tom crítico contra os ataques da administração de Donald Trump à imprensa nos E

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.04.2017, 17:05:03 Editado em 30.04.2017, 17:05:05
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No primeiro jantar dos correspondentes da Casa Branca desde 1981 sem a presença do presidente, na noite deste sábado (29), os jornalistas adotaram tom crítico contra os ataques da administração de Donald Trump à imprensa nos Estados Unidos.

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Trump foi o primeiro presidente a faltar ao evento em mais de três décadas. E mesmo Ronald Reagan, que não participou do jantar por estar se recuperando de uma tentativa de assassinato, fez seu discurso por telefone.

Na ausência do presidente, o jornalista Bob Woodward, que, junto com Carl Bernstein, ficou conhecido pela cobertura do caso Watergate que derrubou o presidente Richard Nixon, rebateu uma das frases mais usadas por Trump, "notícia falsa".

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"Senhor Presidente, a imprensa não é 'notícia falsa' -vamos tirar isso da frente antes de prosseguirmos", afirmou. "Seja qual for o clima, se a imprensa for reverenciada ou vilanizada, nós deveríamos e devemos persistir -e nós acreditamos que vamos."

A declaração serviu para lembrar do objetivo do jantar, uma tradição que simboliza a relação cordial entre o presidente e a imprensa e também a primeira emenda americana, que garante direito à liberdade de expressão.

O presidente da associação dos correspondentes da Casa Branca, Jeff Mason, foi bastante aplaudido ao sustentar um discurso semelhante. "Nós não somos organizações de notícias falidas. E nós não somos o inimigo do povo americano."

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Apesar da ausência neste ano, Trump não descartou participar da edição de 2018 do jantar dos correspondentes. "Eu iria no próximo ano, certamente", afirmou na semana passada em entrevista à agência Reuters.

PIADAS

No evento, o presidente americano costuma abrir o jantar fazendo graça de si mesmo, antes de passar a palavra a um comediante. Na falta do mandatário do país, coube a Hasan Minhaj, do "Daily Show", fazer piadas tendo Trump como alvo principal.

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"O líder do nosso país não está aqui. Isso porque ele mora em Moscou [em referência ao presidente russo, Vladimir Putin]. É um voo longo...quanto ao outro cara [Trump], eu acho que ele está na Pensilvânia porque não aguenta uma piada", disse.

Em outra parte do jantar, o ator Alec Baldwin, conhecido por sua imitação do presidente americano e pela irritação que isso provoca no próprio Trump, apareceu em uma transmissão de vídeo ao vivo. "Continuem com o bom trabalho!".

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Neste ano, o jantar ganhou um evento concorrente ("Não é o jantar dos correspondentes da Casa Branca", em tradução livre do inglês), comandado pela comediante Samantha Bee. O ator Will Ferrell apareceu imitando George W Bush. Bee doou US$ 200 mil para o comitê de proteção a jornalistas.

HISTÓRICO

O jantar anual foi realizado pela primeira vez em 1921, mas só em 1924 que um presidente, Calvin Coolidge, compareceu ao evento.

Desde então, apenas um presidente -Jimmy Carter- não participou da celebração, segundo o "Washington Post". Em 1978, o democrata justificou cansaço e não compareceu.

Três anos depois, o republicano Ronald Reagan fez seu discurso por telefone por estar na residência de Camp David se recuperando de uma tentativa de assassinato -ele havia sido atingido por um tiro ao sair do Washington Hilton Hotel em 30 de março de 1981.

O jantar dos correspondentes, um evento de gala, reúne políticos, jornalistas e celebridades. O discurso do presidente no evento é geralmente descontraído, e Barack Obama adotou um tom ainda mais informal, com um repertório recheado de piadas.

Em 2011, inclusive, um dos alvos foi Trump, que estava na plateia. Na época, o empresário questionava se Obama era mesmo americano. O presidente, que havia divulgado a certidão de nascimento na semana do evento, ironizou: "Agora que está esclarecido, ele pode voltar ao que realmente importa: nós forjamos a viagem à lua?".

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