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Saída para crise na Síria é diplomática, não militar, diz brasileiro da ONU

DANIEL AVELAR SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da comissão da ONU (Organização das Nações Unidas) que investiga as violações de direitos humanos na Síria, a única saída possível para a crise no país é a via diplomática,

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.04.2017, 10:30:09 Editado em 28.04.2017, 10:30:12
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DANIEL AVELAR

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da comissão da ONU (Organização das Nações Unidas) que investiga as violações de direitos humanos na Síria, a única saída possível para a crise no país é a via diplomática, não a militar.

"Só há um jeito de evitar novas atrocidades e ataques químicos: acabar com a guerra civil", disse Pinheiro. "Não há solução militar para o conflito, apenas a via da negociação com todos os atores relevantes."

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Recém-chegado de Genebra, onde coordena os esforços de investigação da ONU, Pinheiro concedeu na noite desta quinta-feira (27) uma palestra em São Paulo sobre a guerra na Síria.

O evento foi organizado pela Casa do Saber em parceria com o Irice (Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior) e também contou com a participação do embaixador Rubens Barbosa, ex-representante do Brasil em Washington (1999 - 2004).

Segundo Pinheiro, um dos principais motivos para o prolongamento da crise na Síria é o financiamento do conflito armado por atores externos -enquanto Estados Unidos, Arábia Saudita e Turquia ofereceram apoio a grupos rebeldes, Rússia, Irã e a milícia xiita libanesa Hizbullah ajudam o regime do ditador Bashar al-Assad.

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"Todos esses atores têm seus próprios interesses na Síria. Enquanto isso, os interesses do povo sírio são deixados de lado e quem paga a conta do conflito é a população civil", afirmou. "Infelizmente, o desastre na Síria poderia ter sido evitado no começo da guerra."

Para Pinheiro, a esperança na derrubada do regime de Assad é uma "ilusão". "Não restam forças autenticamente democráticas na Síria -estão todos presos, desaparecidos ou exilados."

Pinheiro diz que, para monitorar a situação na Síria, a ONU mantém contato com ativistas, equipes médicas e civis afetados pelo conflito. Os resultados da investigação são publicados em relatórios periódicos.

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Questionado pela reportagem, Pinheiro disse que o oferecimento de assistência humanitária no país é "prejudicado pela carência de fundos", existindo ainda uma "dificuldade de acesso às vilas e cidades cercadas".

Ele também lembrou que, diante da crise global de refugiados alimentada pelo conflito na Síria, o Brasil conseguiu oferecer uma resposta rápida por meio da concessão de vistos humanitários.

O embaixador Barbosa disse à reportagem que as perspectivas de solução política para a guerra civil dependem, em parte, da diretriz que será adotada pelos Estados Unidos. "A política do governo de Donald Trump para a Síria permanece indefinida, pois vários cargos do Departamento de Estado seguem desocupados aguardando nomeação", afirmou.

Para Barbosa, os bombardeios americanos contra alvos do regime sírio no início do mês em resposta a um ataque químico no noroeste da Síria serviram para "enviar um recado" para Rússia e Coreia do Norte, além de seus adversários internos. O embaixador considera improvável um maior engajamento americano no conflito.

Iniciada em março de 2011, a guerra civil na Síria já deixou quase 500 mil mortos e forçou 11,2 milhões de sírios a deixar suas casas -destes, 5 milhões se refugiaram em outros países.

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