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ATUALIZADA - Masmorra secreta é encontrada em distrito policial nas Filipinas

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma masmorra secreta, sem janelas nem iluminação, foi encontrada pela Comissão de Direitos Humanos das Filipinas nesta quinta-feira (27) em uma inspeção surpresa ao distrito nº 1 da Polícia Nacional,

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 27.04.2017, 21:15:10 Editado em 27.04.2017, 21:15:12
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ANA ESTELA DE SOUSA PINTO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma masmorra secreta, sem janelas nem iluminação, foi encontrada pela Comissão de Direitos Humanos das Filipinas nesta quinta-feira (27) em uma inspeção surpresa ao distrito nº 1 da Polícia Nacional, na capital Manila.

Dentro do cativeiro, cuja entrada era escondida por uma estante de madeira, estavam 13 homens e mulheres. "Era tão quente lá dentro que as câmeras embaçaram", diz o fotojornalista Vincent Go, que acompanhou a inspeção.

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O diretor da comissão em Manila, Gilbert Boisner, descobriu o local ao bater nas paredes do distrito. Numa das salas, ouviu-se a voz de uma mulher pedindo ajuda.

A Comissão visitou a unidade policial após receber uma denúncia de que até 30 pessoas já haviam sido mantidas no cárcere e só saíam se pagassem suborno.

Entrevistados nesta quinta, os detidos disseram que os valores exigidos pela polícia variavam de 40 mil a 200 mil pesos (de R$ 2.500 a R$ 12.700, pelo câmbio de hoje).

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Ao diretor da Comissão de Direitos Humanos, afirmaram estar presos ali por vários dias, à espera de que seus parentes conseguissem juntar o dinheiro. Se não conseguissem, afirmam os encarerados, seriam mortos.

Questionado por jornalistas, o chefe do distrito, Robert Domingo, não apresentou nenhum boletim de ocorrência relacionado aos detidos.

Disse que eles foram presos como parte da guerra às drogas do presidente Rodrigo Duterte, e estavam à espera de que a burocracia se encerrasse para serem liberados.

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O comandante negou que a cela fosse clandestina. O espaço, segundo ele, havia sido montado devido à superlotação das celas regulares.

Em outubro de 2016, quando a reportagem visitou este mesmo distrito, cerca de 200 pessoas ocupavam o espaço, cuja lotação oficial era 45.

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São 65 mil os detidos por suspeita de ligação com drogas no país desde julho, quando Duterte tomou posse. Outros 7.000 foram mortos, segundo a polícia, dois terços em casos atribuídos a grupos de extermínio.

Os detidos afirmaram que precisavam usar sacos plásticos como banheiro. A Comissão de Direitos Humanos não conseguiu libertar os suspeitos. Segundo Domingo, só a polícia poderia liberá-los, depois dos trâmites legais.

O superintendente também negou as acusações de suborno. O distrito já havia sido acusado de prender sem critérios, apenas para receber recompensas do governo.

Na ocasião, o então comandante, Redentor Ulsano, afirmou: "Estamos nesta guerra em nome das nossas crianças, e não pelo dinheiro".

A Constituição filipina tem um inciso que proíbe especificamente solitárias, detenções secretas ou a incomunicabilidade de presos.

Nesta semana, um advogado filipino registrou na Corte Criminal Internacional o pedido de que Duterte seja condenado por genocídio e crimes contra a humanidade.

As Filipinas são signatárias da corte, criada em 2011 para agir em casos críticos, entre eles os de países em que o próprio sistema judicial está impossibilitado de investigar e punir crimes desse tipo.

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