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Eleitores oposicionistas contestam vitória de Moreno no Equador

SYLVIA COLOMBO, ENVIADA ESPECIAL QUITO, EQUADOR (FOLHAPRESS) - Chiqui Quinteros, 52, estacionou sua camioneta na avenida 6 de Diciembre, a duas quadras do Conselho Nacional Eleitoral, por volta das 7h45 (9h45, horário de Brasília), desta segunda-feira (3

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.04.2017, 12:58:00 Editado em 03.04.2017, 13:00:05
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SYLVIA COLOMBO, ENVIADA ESPECIAL

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QUITO, EQUADOR (FOLHAPRESS) - Chiqui Quinteros, 52, estacionou sua camioneta na avenida 6 de Diciembre, a duas quadras do Conselho Nacional Eleitoral, por volta das 7h45 (9h45, horário de Brasília), desta segunda-feira (3).

Logo, estava cercado pelos manifestantes que passaram a noite em vigília do lado de fora da sede do órgão, protestando contra os resultados que vinham sendo divulgados. Quando abriu a porta de trás do veículo, começou a oferecer café com leite em pequenos copos embalados, por 80 centavos de dólar (a moeda nacional), bagels a 70 centavos, além de bandeiras do Equador, a US$ 5.

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Até a manhã desta segunda, com 99% das urnas apuradas, dava-se como vencedor o candidato governista Lenín Moreno (Alianza País), com 51,16% dos votos válidos, contra 48,84% do oposicionista Guillermo Lasso, segundo dados oficiais.

Entre os manifestantes, predominavam eleitores de Lasso, inconformados com os números, que contradiziam os das pesquisas de boca de urna divulgados logo após o encerramento da votação.

"Estou seguro de que houve manipulação, veja só como o Estado se arma contra seus cidadãos, por que não alteraria nossos votos?", disse à reportagem o comerciante Aureliano Ruz, 43, apontando para as cercas de metal que foram levantadas diante do CNE durante a noite, para impedir que os manifestantes se aproximassem. Ao final do domingo (2), as cercas não estavam, e quem fazia uma espécie de muro humano para proteger o prédio eram policiais com escudos e máscaras, como a reportagem pôde conferir.

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Mas não eram apenas os seguidores de Lasso que estavam na vigília, gritando "democracia sim, ditadura, não". Também havia gente que apenas carregava bandeiras do Equador ou usava camisetas da seleção nacional. "Não estou aqui por um candidato ou outro, estou pela democracia. Não quero ter um presidente ilegítimo, quero resultados transparentes e poder dizer a meu filho que o país em que ele está crescendo é uma democracia", disse a arquiteta Stefani Castillo, 26, que tinha as cores da bandeira do Equador pintadas nas bochechas.

Os que estavam alheios à política tiveram dificuldades de se locomover pela cidade. As principais avenidas amanheceram com cortes nas intersecções que davam acesso à avenida 6 de Diciembre, e o policiamento nas ruas do centro era intenso.

O Equador vive horas de impasse, esperando que o CNE divulgue oficialmente Moreno como ganhador do pleito, o que pode ocorrer nas próximas horas. Enquanto isso, Lasso chamou seus apoiadores a pedir a "impugnação" da apuração e a recontagem dos votos, um a um. No domingo, havia dito que tinha ocorrido uma "fraude" e que "pelo menos 800 mil votos teriam sido alterados".

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FESTA GOVERNISTA

O fim da noite de domingo (2) foi de festa para os correístas. No palco armado na avenida de los Shyris, Lenín Moreno discursou, cantou e chamou ao palco o atual presidente, Rafael Correa, para que o acompanhasse num dueto.

A multidão que os aplaudia ia vestida de verde, cor do partido, e agitava bandeiras com os rostos de Lenín e Correa.

Quando o mandatário agarrou o microfone, o público aplaudiu e começou a gritar: "Correa, amigo, o povo está contigo".

O presidente depois disse que o Equador dava uma resposta ao mundo de que a América Latina iria resistir à onda conservadora e que estava orgulhoso de que o povo equatoriano "havia optado por seguir o caminho do progressismo".

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