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Macri abandona tom conciliador em discurso ao Congresso argentino

SYLVIA COLOMBO, ENVIADA ESPECIAL MONTEVIDÉU, URUGUAI (FOLHAPRESS) - Com um discurso vigoroso, em que falou por quase uma hora em um tom de voz acima do normal, o presidente argentino, Mauricio Macri, abriu nesta quarta-feira (1º) as atividades do Congress

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.03.2017, 14:20:58 Editado em 02.03.2017, 10:34:50
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SYLVIA COLOMBO, ENVIADA ESPECIAL

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MONTEVIDÉU, URUGUAI (FOLHAPRESS) - Com um discurso vigoroso, em que falou por quase uma hora em um tom de voz acima do normal, o presidente argentino, Mauricio Macri, abriu nesta quarta-feira (1º) as atividades do Congresso nacional colocando ênfase na agenda social, no que considera melhoras na economia e em anúncios de medidas anticorrupção.

Em vez do tom conciliador do ano passado, optou por uma fala altissonante, que logo irritou a bancada kirchnerista, que trazia cartazes com mensagens contra os ajustes e os aumentos de tarifas dos últimos meses, mencionando o escândalo dos Correios e fotos pedindo a liberdade da adversária política Milagro Sala, condenada pela Justiça de Jujuy.

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"A Argentina está se colocando de pé", afirmou, sob aplausos dos apoiadores, "apesar daqueles que torcem para que não dê certo e colocam obstáculos a nossos projetos", sob ruídos de protestos dos oposicionistas.

Na primeira parte do discurso, enumerou as ações de combate à pobreza -que afeta hoje 1 de cada 3 argentinos- dando detalhes sobre a expansão do sistema de esgoto, e de obras que "pareciam óbvias, mas que não se fizeram, como permitir que quando um argentino abra a torneira saia água limpa."

Cada vez que terminava uma sentença com alguma expressão de efeito como essa, e em tom exaltado, os kirchneristas levantavam seus cartazes, retrucando que seus números não eram verdadeiros. Enquanto isso, a bancada macrista tentava calar a oposição com ondas de aplausos.

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Macri também deu um espaço maior nesta ocasião em relação a 2015 para falar de uma "revolução educativa" e de mais medidas contra a "violência machista", numa clara resposta a reivindicações de grupos feministas e de organizações sindicais de professores, que estão em conflito com o governo e ameaçam atrasar o início do calendário escolar.

Chegou a mencionar o "Ni Una Menos", grupo que se formou no ano passado e já levou centenas às ruas para pedir medidas contra a violência contra a mulher.

ECONOMIA

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Com relação à economia, sob vaias e gritos dos kirchneristas, assegurou que a inflação vem num "claro caminho descendente", apesar de as cifras ainda registrarem 40% ao ano -15% mais do que nos tempos do kirchnerismo.

Macri afirmou que, até o fim de 2017, esse índice se reduzirá a "entre 12% e 17%".

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Foi nesse momento em que seu cruzamento contra a gestão Cristina Kirchner (2007-2015) foi mais marcado. O presidente disse que sua antecessora no cargo "deu as costas a essa realidade" e menosprezou a importância da inflação no crescimento do país.

E afirmou que as estratégias graduais de ajuste e de corte de subsídios vêm colocando a economia no rumo que ele espera, assegurando um crescimento do PIB neste ano depois de dois de estagnação e um de crescimento negativo -a expectativa do governo é que o país cresça 3% em 2017.

Também voltou a elevar a voz quando ressaltou o acordo com os "holdouts", a "incorporação da Argentina ao mundo" e ao "retorno significativo do crescimento", ressaltando a retomada da produção no campo.

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Voltou a repetir mais de uma vez a frase do princípio, quase gritando: "A Argentina está se colocando de pé novamente".

CORRUPÇÃO

No item corrupção, Macri fez uma espécie de "mea culpa" com relação ao assunto dos Correios, que vem danificando sua aprovação popular.

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"Pedi à Oficina Anticorrupção que crie um mecanismo para separar minha atuação ante qualquer suspeita de um potencial conflito de interesses", disse, e anunciou que serão publicados "dois decretos sobre julgamentos e contratações para prevenção de conflitos de interesses" de membros de seu governo.

Acenou para uma reforma política em que se mude o sistema de votação -que ainda é manual e por meio do uso de folhetos dos candidatos, que são dobrados e colocados dentro de envelopes antes de irem para a urna.

"Não é possível que no século 21 ainda usemos um sistema arcaico que dá lugar a vários tipos de trapaça."

Acrescentou, também, que apresentará projetos de transparência para que "a obra pública deixe de ser um sinônimo de corrupção", mas não detalhou do que se tratava.

Afirmou que apresentará uma nova lei de "responsabilidade empresária", por meio da qual seria possível detectar uso político de verbas das empresas. Terminou o discurso com mais críticas ao governo anterior, "aqueles que nunca quiseram a mudança e nem sequer promoveram a autocrítica do que fizeram de errado".

Foi muito aplaudido por sua base, enquanto os kirchneristas seguiram bradando seus gritos de guerra e mostrando cartazes contra o governo.

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