SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O fluxo intenso de veículos no centro histórico de Olinda (PE) está irritando e pondo em risco a segurança dos foliões. Carros, caminhões e viaturas circulam pelas ruas estreitas do Alto da Sé, onde acontece a concentração do encontro de bonecos gigantes.
Um dos bonecos chegou a ser atingido levemente por um carro, mas não houve danos à alegoria nem ao manipulador ou bonequeiro, como são chamados. Com receio, os foliões se aglomeram nas calçadas à espera da saída dos gigantes.
"Não está dando para ficar na rua, só quando o bloco sair mesmo é que acho que vão liberar para os foliões. Por enquanto está difícil", diz o mineiro Marcelo Souza.
BONEQUEIROS
Podendo chegar a quase quatro metros de altura, não tem como os bonecos gigantes passarem despercebidos do público. Quem na verdade "dá vida" a esses personagens é que quase não é visto pelos foliões.
Os bonequeiros são homens em sua maioria autônomos ou desempregados. No Carnaval, eles veem a oportunidade de ganhar dinheiro brincando.
O pescador Rosivaldo Ferreira, 50, há três anos complementa a renda carregando os bonecos de 17 a 19 quilos pelas ladeiras. "Um amigo convidou e eu resolvi aceitar o convite. O primeiro ano foi difícil, o boneco tremia, mas agora estou acostumado", disse.
A estrutura é colocada sobre a cabeça dos homens. Para proteger há um pedaço de espuma. Segundo Ferreira, nos dois anos anteriores ele ganhou R$ 50 por desfile. "Este ano não sei o valor ainda, mas deve ser um pouco mais".
Pedreiro desempregado, Dérico Alves, 24, também viu a oportunidade de ganhar um "trocado". "A gente precisa, mas também me sinto orgulhoso de fazer parte dessa tradição", afirmou o estreante.
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