SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Morreu na madrugada de quarta-feira (8) o cantor, compositor e percussionista Orlandivo, aos 79 anos. Segundo seu filho, o cantou morreu devido a uma pneumonia.
Ele era um dos ícones do sambalanço, subgênero do samba que fez sucesso nas décadas de 1950 e 1960 pelas atuações de Elza Soares, Pedrinho Rodrigues e Ed Lincoln, do qual foi crooner, entre outros.
Conhecido por usar um chaveiro com sete chaves para marcar o ritmo, o autor de "Bolinha de Sabão" entrou para a lista de artistas cult da MPB nas últimas décadas, chegando a ter discos pirateados na Inglaterra, no Japão e em outros países.
Nascido em Itajaí (SC), em 1937, Orlandivo Honório de Souza se mudou com a família aos 9 anos para o Rio de Janeiro, onde constituiu sua carreira.
O cantor é o personagem principal do livro "Sambalanço - A Bossa que Dança", lançado em dezembro de 2016 pelo crítico e pesquisador musical Tárik de Souza.
"Com poucos recursos técnicos, apoiado apenas em conhecimento empíricos de gaita, o catarinense Orlandivo criou um tipo de samba inovador, coloquial, à parte da bossa nova, cujo ritmo ele marcava com a batida ritmada de um chaveiro", diz Souza sobre o músico.
O jornalista lembra que Orlandivo foi um "dos artífices do sambalanço", ao usar onomatopeias ("Samba tof", "tuplec tuplin", "samba blim blim blao") "que transportavam para as letras o groove que agitou muitos bailes movidos a orgão Hammond de seu parceiro Ed Lincoln". "Sem ele, o centenário do samba perde a leveza de quem dizia numa das composições, 'eu faço samba pra brincar'", afirma Souza.
O velório do cantor será nesta quinta (09), às 13h, na Capela 3 do Memorial do Carro, no bairro carioca do Cajú.
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