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Donos de blocos criticam Doria por restrição a Carnaval na Roosevelt

JULIANA GRAGNANI E SIDNEY GONÇALVES DO CARMO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na manhã de uma segunda-feira de Carnaval, um grupo de foliões sai da praça Roosevelt acompanhando um bloquinho de jazz repleto de crianças, clima familiar. À noite, outros carnaval

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.02.2017, 20:03:05 Editado em 07.02.2017, 20:05:13
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JULIANA GRAGNANI E SIDNEY GONÇALVES DO CARMO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na manhã de uma segunda-feira de Carnaval, um grupo de foliões sai da praça Roosevelt acompanhando um bloquinho de jazz repleto de crianças, clima familiar. À noite, outros carnavalescos são conduzidos à praça por um grande bloco que termina ali, onde passam a madrugada bebendo e festejando.

Nem um, nem outro. Após medidas restritivas ao Carnaval na Vila Madalena, a gestão João Doria (PSDB) quer proibir cenas assim nessa praça que fica no centro de São Paulo -atendendo a pedidos de moradores e desagradando organizadores de blocos e proprietários de bares.

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Portaria publicada nesta terça (7) no "Diário Oficial" veda a concentração e a dispersão de blocos na praça Roosevelt. O local pode, no entanto, fazer parte de seu percurso.

"Compreendo a necessidade do diálogo com os blocos maiores", diz Alexandre Youssef, do gigante Acadêmicos do Baixo Augusta, cuja dispersão não acontece na praça desde 2015. "Mas não acho legal cercear a praça, palco de diversas manifestações culturais da cidade, para pequenos blocos. Vejo com receio esse regramento exagerado, um risco à espontaneidade do Carnaval."

Para Guga Berro, 34, do pequeno Unidos do Swing (bloco de jazz que reúne cerca de 500 pessoas), a medida é "drástica". "Nosso desfile apenas partia dali, começávamos a tocar e logo caminhávamos. E temos apreço pela região, repleta de manifestações artísticas de rua", diz.

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"É nosso quintal", lamenta Lucas Navarro, 28, do novato As Animalias, bloco performático que discute gênero e teve sua dispersão migrada para o largo do Arouche. Para Silvio do Carmo, 49, proprietário do bar Le Kitsch, "o polo cultural" que é a praça sai perdendo. Ele reclama da provável perda de faturamento e da decisão sem diálogo, observação feita também por Edney Vassalo, 42, dono do Papo, Pinga e Petisco.

Prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak diz que tudo foi acordado com os blocos porque a dispersão na praça, "bastante residencial", "gera problemas". A presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro da Consolação e Adjacências, Marta Lilia Porta, 52, cita alguns: "ficamos sem poder usar transporte público, receber visitas, sem poder chamar os bombeiros se houver emergência -sem contar a poluição sonora". "Pensam que aqui não mora ninguém?"

MINHOCÃO E VILA MADALENA

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Doria também proibiu o desfile de blocos no elevado presidente João Goulart, o Minhocão, onde o tradicional Agora Vai se apresenta há 12 anos. A decisão segue recomendação do Ministério Público Estadual de proibir eventos ali por falta de segurança.

O tucano também quer conter o excesso de foliões na Vila Madalena -onde no passado megablocos, como o Sargento Pimenta, agora na Barra Funda, desfilaram. A prefeitura aumentou de 8 para 23 o número de vias onde não serão permitidos os desfiles em Pinheiros, como a rua dos Pinheiros (confira abaixo a relação completa).

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E repetiu medida da gestão Fernando Haddad (PT), proibindo blocos com mais de 20 mil pessoas e determinando em cinco horas o tempo máximo de desfile (desde a concentração até a dispersão) e o desligamento dos carros de som até as 19h -uma hora antes do que determinou Haddad no ano passado.

Mas o prefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias, garante: "não haverá problema nenhum se exceder". "É Carnaval, festa do povo. Não vamos sair contando pessoas." Mas ele admite que, "se tiver quantidade excessiva de pessoas, beirando a falta de segurança dessas pessoas, a Polícia Militar vai arranjar uma forma melhor de não prejudicar" os moradores da Vila Madalena.

A dispersão começará às 19h e, a limpeza do bairro, entre 22h e 23h. Alguns bares aceitaram fechar as portas até as 22h.

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Megablocos como um de Daniela Mercury, que se inscreveu na prefeitura, tampouco poderão desfilar na Vila Madalena. O bloco negocia sair na região da Consolação.

Os cordões também não poderão desfilar sobre bairros residenciais, como os Jardins e o Alto de Pinheiros, que passarão a ser protegidos por grades.

SÉ CONCENTRA BLOCOS

Dos 495 blocos inscritos para o Carnaval de rua de São Paulo, 381 estão confirmados, segundo a Secretaria Municipal de Cultura. Ao todo, a cidade terá 413 desfiles no período de 17 de fevereiro a 5 de março de 2017.

Este ano, a região da Sé é a que terá o maior número de blocos (105), seguido por Pinheiros (86), Lapa (31) e Vila Mariana (25). Em 2016, São Paulo teve 355 blocos inscritos e 306 desfilaram. Já em 2015, foram 300 blocos inscritos e 273 desfilaram.

O prefeito João Doria também afirmou que os blocos de rua de outros Estados terão que pagar uma taxa de R$ 240 mil para poderem se apresentar na cidade no período de pré-Carnaval -final de semana anterior à folia.

Vias com restrição

Avenida Paulo VI; Avenida Sumaré; Avenida Faria Lima (entre a Rua Teodoro Sampaio e Rua Hélio Pelegrino); Rua Teodoro Sampaio; Rua Cardeal Arcoverde; Rua Henrique Schaumann; Praça Benedito Calixto; Praça Horácio Sabino; Avenida Rebouças; Rua Butantã; Rua Paes Leme; Rua Eugênio de Medeiros; Avenida Eusébio Matoso; Rua dos Pinheiros (entre as avenidas Pedroso de Morais e Brigadeiro Faria Lima); Avenida Pedroso de Morais; Alameda Santos; Avenida 9 de Julho; Avenida Cidade Jardim ;Avenida Brasil; Rua Estados Unido;s Rua Groenlândia; Praça Edgard Hermelino Leite; Praça Dr. Julio Conceição Neves

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