GIBA BERGAMIM JR. E PAULO SALDAÑA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "Ouvi um estrondo, corri pra ver e parecia cena de filme. A rua parecia um rio, e só tinha cabeça pra fora." O relato do gerente de produção Rodrigo Severino, 36, é de um dos momentos dramáticos da enxurrada que derrubou um muro e deixou 41 feridos em uma festa universitária de estudantes de medicina, na tarde desta quarta-feira (1º), na zona leste de São Paulo.
No forte temporal que atingiu a região, um córrego transbordou. A água chegou com força à chácara onde havia uma celebração para calouros da Faculdade Santa Marcelina. Um muro cedeu, levando alunos e carros a serem arrastados -assim como mochilas, documentos e até instrumentos musicais. Severino, morador da rua atingida, ajudou no socorro.
"A água que estava represada começou a levar tudo. Ficamos com água na cintura. Conseguimos subir numa mureta e no palco que havia no local. Em seguida, uma parte do salão cedeu e várias pessoas foram arrastadas", diz Alexandre Campos Pereira Maia, 21, do 3º ano de medicina.
"A gente viu o muro cedendo e gente sumindo. Só depois da recontagem e vimos que todos estavam salvos", conta. "Começamos a sentir choques, não muito fortes, mas pensamos que todos poderiam morrer eletrocutados. Daí corremos com a correnteza", relata Gustavo Alem Melo Ferreira, 21, estudante que sofreu um corte na perna.
A festa começou ao meio-dia e terminaria às 22h. O evento ocorre tudo ano como forma de receber os calouros.
"Por volta das 16h30, um portão e o muro estouraram e foram arrastando tudo, ficamos com água até o meio da cintura. Subi numa mureta e no palco que havia no local. Em seguida, uma parte do salão cedeu e várias pessoas foram arrastadas", disse Alexandre Campos Pereira Maia, 21, que cursa o terceiro ano de medicina.
"Quem tinha celular à mão começou a ligar, acionamos polícia, Samu e ligamos para um professor nosso que atua no Samu. Aí veio o socorro ", prosseguiu. Segundo ele, a chuva era muito forte no momento em que o córrego transbordou e arrastou o muro e as pessoas. "A gente viu o muro cedendo e pessoas sumindo. Só depois que fizemos uma recontagem notamos que todos estavam a salvo", afirmou.
"A hora mais preocupante foi quando vimos que poderia haver desaparecidos", complementou Carolina Bruno Valente, 22, também estudante do terceiro ano.
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