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México deve ganhar tempo contra Trump, diz ex-chanceler do país

MARIANA CARNEIRO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O México deve agir para ganhar tempo contra as decisões do presidente dos EUA, Donald Trump, retardando e gerando custos "desagradáveis" ao americano, até que seu apoio dentro dos EUA esmoreça e ele se abra ao

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.02.2017, 18:06:54 Editado em 01.02.2017, 18:10:04
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MARIANA CARNEIRO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O México deve agir para ganhar tempo contra as decisões do presidente dos EUA, Donald Trump, retardando e gerando custos "desagradáveis" ao americano, até que seu apoio dentro dos EUA esmoreça e ele se abra ao diálogo externo.

A estratégia sugerida pelo ex-ministro mexicano de Relações Exteriores Jorge Castañeda reconhece que o México tem poucas opções para reagir às políticas do novo presidente americano.

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"Somos o mais fraco da classe, é mais fácil entrar numa briga conosco do que contra a China ou a Alemanha", diz.

O mexicano, que está em São Paulo em um evento do banco Credit Suisse, afirma que o muro prometido por Trump para separar os dois países pode ser a agressão mais simbólica da nova gestão americana, mas não a mais importante.

Ele afirma que mais relevante para o México é a sobrevivência do Nafta, tratado comercial dos países da América do Norte.

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Castañeda afirma que o México não deve assumir o discurso "será pior para os EUA" ou ameaçar deixar antes o Nafta, pois isso poderia acelerar a decisão de Trump. Tentar renegociar o tratado em outros termos tampouco seria produtivo.

"Mais fácil deixarem os EUA saírem do que perder dois anos de negociação."

O discurso de Trump alegando uma invasão de produtos mexicanos não chega a ser desprovido de lógica, admitiu Castañeda. Segundo ele, por anos, o México vem sustentando um superavit comercial com os EUA equivalente a 5% do PIB mexicano.

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Grandes problemas também podem ser gerados no México com a ameaça de deportação em massa. O primeiro é a redução de remessas dos EUA para famílias no México, o que poderia ter efeitos macroeconômicos.

O segundo problema seria o aumento da violência. Ele citou como exemplo El Salvador, cuja deportação em massa dos EUA nos anos 1990 e início de 2000 produziu uma explosão da violência e do crime organizado no país.

Ele teme ainda que, com o aumento da dificuldade em atravessar a fronteira, o trabalho dos coiotes fique mais caro e desperte o interesse de organizações criminosas mais violentas para o que pode se tornar um negócio mais lucrativo e mais perigoso.

Outro efeito perverso para o México, em sua visão, é o caldo nacionalista que poderá se criar no país, o que poderia resultar na vitória de um candidato com discurso paroquial na eleição de 2018, o que colocaria em risco as reformas econômicas realizadas na gestão de Enrique Peña Nieto.

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