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Temor com insegurança cresce e será tema-chave de eleição na Alemanha

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Quando forem às urnas, em 24 de setembro, alemães buscarão soluções a uma de suas principais crises: a sensação de insegurança. Desde o atentado de 19 de dezembro, em que 12 pessoas foram mortas em Berlim, esse

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.02.2017, 13:09:57 Editado em 01.02.2017, 17:47:29
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DIOGO BERCITO

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MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Quando forem às urnas, em 24 de setembro, alemães buscarão soluções a uma de suas principais crises: a sensação de insegurança.

Desde o atentado de 19 de dezembro, em que 12 pessoas foram mortas em Berlim, esse país discute como proteger-se e, ao mesmo tempo, repensar sua política em relação aos refugiados e às liberdades individuais.

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Diversas ações policiais foram realizadas no período, como a operação que deteve 16 pessoas nesta quarta-feira (1º), em buscas em mais de 54 residências, lojas e mesquitas.

Um dia antes, as forças de segurança haviam detido três pessoas na capital, Berlim, em uma mesquita com vínculos com o autor do atentado de dezembro, o migrante tunisiano Anis Amri.

"As políticas de segurança terão um papel maior do que nas últimas eleições", afirma à Folha Markus Kaim, analista do SWP (Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança).

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Será o primeiro voto depois de uma série de eventos fundamentais à estabilidade alemã, como o deflagrar da crise civil ucraniana, a consolidação da milícia radical Estado Islâmico, a eleição de Donald Trump nos EUA e o "brexit", a decisão britânica de deixar a União Europeia.

O momento é fundamental à Alemanha também, diz Kaim, porque exigirá demonstrações de sua capacidade de liderança. O Reino Unido vai sair do bloco econômico e a França vive um declínio econômico e ensimesmamento político. "A pergunta é: que papel líderes alemães podem ter?", diz.

RESTRIÇÃO

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O contexto deve beneficiar os partidos populistas, em especial os de direita. A radical AfD (Alternativa para a Alemanha) será um deles.

Ciente das ansiedades de seus eleitores, o próprio CDU (União Cristã-Democrata), da chanceler Angela Merkel, tem se movido à direita.

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A entrada de refugiados, por exemplo, foi reduzida bruscamente. O governo anunciou recentemente a chegada de 280 mil pessoas buscando asilo em 2016, contra as quase 900 mil registradas no ano anterior.

"Todos os partidos da coalizão do governo oferecem respostas similares à questão da segurança", diz a parlamentar Ulla Jelpke, da sigla A Esquerda. "Disputam para ver quem pede por leis mais restritas, detenções mais longas e deportações mais fáceis de refugiados."

Jelpke afirma que o atentado a Berlim, em dezembro, servirá de justificativa para o aperto da segurança interna, incluindo um maior controle da população. A vigilância do espaço público por câmeras será incrementada e há propostas para monitorar suspeitos com tornozeleiras.

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"Alemães são tradicionalmente receosos quanto a essas medidas de vigilância", afirma Constanze Stelzenmüller, analista do Brookings Institution. "Mas minha impressão é que estão se tornando mais abertos."

COORDENAÇÃO

Uma das preocupações do governo, quando busca novas medidas, é justificar o que é percebido no país como uma série de falhas em seu aparato de segurança.

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Anis Amri, responsável pelo ataque em Berlim, já havia sido identificado como uma ameaça. Seu pedido de asilo havia sido recusado, mas ele permaneceu livre. Esse atentado feriu, assim, a credibilidade de Merkel.

Um dos pontos problemáticos é, segundo Josef Janning, do Conselho Europeu para Relações Exteriores, a divisão entre as diversas forças de segurança alemãs.

Há hoje competências regionais, que devem ser reduzidas em prol de uma solução de maior centralização.

No caso de Amri, há dúvidas sobre a coordenação entre os serviços. Janning afirma, por exemplo, que entidades empurram os casos umas às outras, sem assumir responsabilidades. A falta de comunicação possibilita fraudes dentro do sistema.

Mas, para o analista, é uma situação possível de ajustar. O próprio governo já sugeriu a criação de centros para processar informações, concentrando o controle.

"A polícia e a inteligência estão fazendo um bom trabalho", afirma. "Não é por acaso que não tivemos um grande ataque, como o de Paris. Os terroristas sabem que é mais fácil organizar um atentado em outros lugares."

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