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De gala, o baile oficial de Donald Trump não tinha nada

PATRÍCIA CAMPOS MELLO, ENVIADA ESPECIAL WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Eram mais de dois mil convidados de smoking ou de vestidos longos cheios de renda e paetês. Mas de gala mesmo, o primeiro baile oficial da posse de Donald Trump não tinha nada. No Lib

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 21.01.2017, 08:33:54 Editado em 27.04.2020, 19:44:18
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PATRÍCIA CAMPOS MELLO, ENVIADA ESPECIAL

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WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Eram mais de dois mil convidados de smoking ou de vestidos longos cheios de renda e paetês. Mas de gala mesmo, o primeiro baile oficial da posse de Donald Trump não tinha nada.

No Liberty Ball, as taças de plástico eram um perigo para os intrépidos convidados que tentavam tomar champanhe (a US$ 20) -elas desencaixavam ao menor descuido. Os pratos e talheres eram descartáveis. Assim como a comida: um tortelini com pimentão ou um penne com tomate, os dois igualmente insossos.

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Uma bandeja de plástico com pedacinhos de queijo tinha uma placa explicitando: queijos nacionais e importados.

Mulheres com coques bufantes lambuzavam aos mãos para se servir da costeleta de carneiro com molho barbecue de aperitivo. Homens de gravata borboleta e bonés vermelhos "Make America Great Again" corriam atrás de elusivos espetinhos de frango. Os convidados eram doadores de campanha e alguns sortudos que conseguiram arrematar disputados convites a partir de US$ 50.

Na área VIP, restrita a diplomatas, grandes doadores e políticos, era tudo de graça. Mas não dava para ver o show que se desenrolava no salão principal. Os convidados não conseguiam prestigiar atrações como o Pelican 212, uma banda infantil do Tennessee com gêmeos idênticos que tocam trompete.

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Com requintes de crueldade, a banda Piano Boys tocou uma versão cover para a música "Fight Song", hino da campanha da candidata derrotada Hillary Clinton. Houve também o sapateado do grupo Lord of the Dance e as coreografias das Rockettes.

Celebridades eram escassas. O secretário de Energia (ainda não confirmado) Ricky Perry -aquele que queria extinguir a secretaria de Energia e não sabia para que ela servia- distribuía tapinhas nas costas. A indicada para ser a nova embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, enturmava-se com o corpo diplomático.

A mais disputada para selfies era Caitlyn Jenner -a celebridade televisiva transgênero que era anteriormente conhecida como Bruce Jenner e ganhou medalha de ouro olímpica no decatlo.

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A organização não conseguiu atrair nenhum outro nome vistoso para a festa.

Mas nada disso importava. Pouco depois das 21h30, o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, era apresentado no palco.

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Trump chegou fazendo seu característico "joinha" com o polegar e prometeu que todo muito "ia ser muito feliz nas próximas semanas" .

"Começamos essa jornada e as pessoas disseram que não tínhamos nenhuma chance, mas nós sabíamos que íamos ganhar, e ganhamos."

Logo depois, ele fez a primeira dança com a primeira-dama Melania -"My Way" (Meu Jeito), de Frank Sinatra, cover tocado por um grupo de jazz. (O próprio Sinatra cantou na posse de Ronald Reagan e de George H.W.Bush).

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Melania usava um vestido branco tomara que caia, criado por ela em parceria com o estilista Hervé Pierre. Trump parava para acenar para o público, que o aplaudia entusiasmadamente, e dizia: "Eu fiz do meu jeito!" (I did it my way)"

O vice-presidente Mike Pence e sua esposa, Karen, juntaram-se ao primeiro casal na pista de dança. Mas os dois, aparentemente, ouviam músicas diferentes Trump e Melania dançavam música lenta, enquanto Pence e Karen pareciam estar dançando forró. Em poucos instantes, o palco estava cheio com as novas famílias do poder de Washington -todos os filhos de Trump e Pence dançando com seus respectivos. Ivanka, como de costume, muito elegante com um vestido Carolina Herrera.

Em meio aos fãs embevecidos, algumas vozes dissonantes. "Eu acho que o governo do Trump vai ser um desastre" , dizia Maria, uma estudante de Direito de Nova York que votou em Hillary . E por que veio ao baile? "Uma amiga me arrumou um convite, e é sempre bom ter uma desculpa para usar um vestido de gala."

Lá fora, alguns manifestantes esparsos levantavam cartazes anti-Trump. E uma muralha formada por dois caminhões e um ônibus de lado bloqueava a entrada para o baile.

Era uma medida anti-terrorismo, para evitar que o estado islâmico tentasse algum atentado parecido com os que fizeram em Berlim e Nice, em que extremistas dirigiram veículos em alta velocidade no meio de multidões.

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