SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em sua primeira entrevista coletiva em quase seis meses, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (11) que ter a simpatia do líder russo, Vladimir Putin, será uma "vantagem" de sua administração.
"Se o Putin gosta do Donald Trump, vejam só pessoal, isso é uma vantagem, não uma desvantagem", afirmou o republicano.
A entrevista ocorre após a divulgação de um relatório da inteligência americana sobre a suposta coleta, pelo governo da Rússia, de dados comprometedores envolvendo Trump.
O presidente eleito fez um agradecimento aos veículos de comunicação que evitaram divulgar o que classificou de "notícias falsas" sobre supostas informações comprometedores sobre ele coletadas pela Rússia. Trump disse que o material foi elaborado por "pessoas doentes".
As supostas informações mantidas por Moscou incluem atividades financeiras e políticas duvidosas, e até mesmo orgias feitas pelo magnata nova-iorquino na Rússia. Caso sejam verdadeiros, esses dados poderiam ser usados para chantagear a futura administração dos EUA.
Nesta quarta-feira, Trump e o Kremlin negaram o conteúdo do relatório, dizendo se tratar de uma notícia falsa usada para comprometer as relações entre Moscou e Washington.
Na entrevista, Trump disse que os serviços de inteligência dos EUA terão uma "tremenda mancha em seu histórico" caso estejam por trás do vazamento do dossiê com informações não verificadas sobre ele.
Citando "múltiplos" funcionários americanos não identificados com conhecimento direto da reunião, a rede CNN disse que os chefes de espionagem apresentaram a Trump um resumo de duas páginas com informações que podem colocá-lo em evidência.
Meios de comunicação americanos publicaram -sem confirmar sua autenticidade- um documento de 35 páginas no qual este resumo se basearia.
NEGÓCIOS PESSOAIS
Na entrevista coletiva, a advogada de Trump, Sheri Dillon, detalhou as medidas que serão adotadas pelo presidente eleito para se distanciar do comando de suas empresas.
Segundo a advogada, o presidente eleito irá transferir o comando de suas empresas para um truste comandado por seus filhos Eric e Donald Jr. Ele já havia prometido, em novembro, abandonar a liderança de seus negócios.
Além disso, "nenhum novo negócio no exterior será feito durante a Presidência" do republicano.
A advogada afirmou que não haverá desinvestimento das empresas. "Não se deve esperar que [Trump] destrua a empresa que ele construiu", afirmou.
Desafetos do presidente eleito têm afirmado que os negócios de Trump podem gerar conflitos de interesse com a política externa de sua gestão. Fora dos EUA, o empresário tem ao menos 150 companhias em 25 países, segundo a emissora CNN.
Seus negócios variam desde campos de golfe a marcas de vestuário, passando por cassinos e hotéis que levam seu nome.
Segundo a revista "Forbes", Trump é dono de estimados US$ 3,7 bilhões (quase R$ 12 bilhões), fortuna que supera a soma patrimonial de seus 43 antecessores.
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