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Praga de pernilongos perturba sono de moradores da área do rio Pinheiros

JULIANA GRAGNANI SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - É noite de verão, e no interior das casas e dos prédios paulistanos, corpos se reviram horas no calor até que, enfim, dormir vira uma realidade. Alguns estão agarrados nos travesseiros, outros começam a roncar

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.01.2017, 13:57:46 Editado em 11.01.2017, 14:00:10
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JULIANA GRAGNANI

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - É noite de verão, e no interior das casas e dos prédios paulistanos, corpos se reviram horas no calor até que, enfim, dormir vira uma realidade. Alguns estão agarrados nos travesseiros, outros começam a roncar, sonhando profundamente. Faz silêncio na cidade. Até que: zzzzzzz. O insuportável cochicho do pernilongo é amplificado em alguns ouvidos. Com um susto, parte dos corpos se desperta.

Moradores do entorno do rio Pinheiros (zona oeste de SP) vivem essa aflição todas as noites desde o início do verão. Para quem convive com os mosquitos, sua quantidade neste ano é "atípica", "excepcional" e "assustadora".

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Em números: o cientista político Bolívar Lamounier, 73, morador do Alto de Pinheiros, diz que um dos aparelhos que comprou para combater os bichos pega uns 50 por noite; a analista de sistemas Rosemeire Ponzeto, 41, que vive no 15º andar de um prédio na Vila Leopoldina, afirma aniquilar 20 em meia hora.

"Vivo aqui há 17 anos. Sempre teve muito pernilongo, mas como nesse ano, nunca vi", diz Lamounier. A crise lhe fez buscar "todos os métodos possíveis": tochas de citronela no quintal, repelente espiral na sala e "a velha raquete elétrica" -aquela que, para alguns, faz um barulho prazeroso quando mata os mosquitos. Fora isso, o cientista social comprou cinco luminárias com cara de sapo que atraem os pernilongos com sua luz e os mata em seu interior.

"Na segunda, fui dormir meia-noite matando pernilongos", lembra Ponzeto. "Às 3h acordei com barulho no ouvido, toda picada. Matei uns sete com as mãos. Depois comecei a usar uma toalha para não fazer barulho e despertar minha família. Acordei de novo às 6h30", lamenta. "O negócio está feio. É um pesadelo."

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A solução foi fechar todas as janelas às 16h -"a gente morre de calor", diz ela- e espalhar inseticida nos quartos. Quando a sobrinha de sete meses foi para a sua casa, os parentes ficaram em roda, bebê no centro, só dizimando pernilongos para protegê-la.

Um vídeo feito por sua vizinha mostra cenas fortes: dezenas de mosquitos tentando atravessar telas instaladas em todas as janelas de sua casa, no 18º andar. "Minhas filhas, de nove e 12 anos, são alérgicas e estão com as pernas todas 'comidas'", diz ela, a empresária Vanessa Muniz, 42.

Ataque pernilongos

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O problema fez a designer Mariel Meira, 33, perder um hóspede que pagara para ficar três dias em sua casa, na Vila Madalena. "Recebemos uma visita de Brasília. Ele passou a noite super mal, por causa dos pernilongos", conta. Ele acabou ficando só uma noite e foi buscar outro lugar para ficar. Depois disso, Meira passou a oferecer repelente, ventilador e veneno de tomada para os hóspedes.

SOLUÇÃO

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Os moradores de Pinheiros cansaram de se coçar e cobraram a prefeitura, pedindo uma solução em um abaixo-assinado subscrito por mais de 8.000 pessoas.

Nesta quinta (12), a partir das 7h, a prefeitura fará "uma ação emergencial" no rio Pinheiros. Vinte agentes aplicarão larvicida para acabar com criadouros e inseticida na vegetação das margens para controlar os insetos adultos. A prefeitura diz ter identificado no rio "uma quantidade de larvas acima do normal".

A ação é necessária e dará resultado em aproximadamente 15 dias, avalia o parasitologista Paulo Ribolla, professor da Unesp. É o período desde que as fêmeas colocam ovos até adultos emergirem procurando sangue. O larvicida, diz, deve ser aplicado todos os meses no verão.

O prefeito regional de Pinheiros da gestão João Doria (PSDB), Paulo Mathias, 26, diz que "há muitos anos" não era feita a pulverização do rio Pinheiros. "Estava realmente abandonado, por isso o crescimento de mosquitos", diz.

Já a assessoria da gestão anterior, de Fernando Haddad (PT), diz que a pulverização foi feita todos os anos, "mesmo quando não tinha poda". A poda a que se referem é a das margens dos rios Pinheiros e Tietê que, segundo a gestão municipal passada, não era feita pelo governo do Estado, impedindo que o produto, retido nas plantas, chegasse ao criadouro do mosquito.

A Empresa Metropolitana de Águas e Energia, vinculada ao governo do Estado, diz que a margem do Pinheiros é limpa de três em três meses -no verão, de dois em dois.

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