GUSTAVO URIBE E NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em meio a protestos de servidores e de sociedades científicas, o presidente Michel Temer recuou nesta terça (3) e decidiu nomear a pesquisadora Nísia Trindade para o comando da Fundação Oswaldo Cruz. O governo pretendia nomear a médica Tania Araújo-Jorge, segundo lugar na disputa interna. A situação gerou um embate entre Fiocruz e o Ministério da Saúde.
Com a repercussão negativa da decisão, que gerou protestos na sede da instituição, o presidente chamou ambas para uma conversa nesta terça (3) no Palácio do Planalto para chegar a um consenso.
"Houve um entendimento com as duas candidatas que disputaram para que seja nomeada a pesquisadora Nísia Trindade, que foi a mais votada na lista", disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
O ministro, porém, não deixou claro do motivo de ter optado inicialmente por Tania. "As duas tinham mais de 30% de apoios exigidos conforme o estatuto e estavam habilitadas a serem nomeadas. Não há prejuízo dentro das regras estabelecidas se qualquer uma fosse escolhida", disse.
Segundo ele, houve uma "solução conciliadora".
Nísia obteve 2.556 votos como primeira opção à presidência e 534 votos como segunda opção. Tania recebeu 1.695 votos como primeira opção e 656 como segunda.
A Fiocruz é uma instituição com mais de 5.000 servidores ligada ao Ministério da Saúde e sua história teve início em 1900. Além da missão inicialmente estabelecida de fabricar soros e vacinas, também tem importante atuação na área de saúde pública (em pesquisas sobre febre amarela, zika, Aids, por exemplo).
Deixe seu comentário sobre: "Governo recua e escolhe mais votada para presidir Fiocruz"