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Em posse, novo secretário-geral da ONU deve fazer apelo pela paz

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Novo secretário-geral da ONU, o português António Guterres, 67, deve assumir o cargo no domingo (1º), em Nova York, com um apelo à paz. O discurso adiantado à imprensa enfileira menções a "solidariedade", "compaixão" e "respe

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.01.2017, 10:40:04 Editado em 01.01.2017, 10:40:09
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Novo secretário-geral da ONU, o português António Guterres, 67, deve assumir o cargo no domingo (1º), em Nova York, com um apelo à paz.

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O discurso adiantado à imprensa enfileira menções a "solidariedade", "compaixão" e "respeito". Também faz referência a "superar diferenças [...] seja por via de um cessar-fogo num campo de batalha, [seja] mediante entendimentos conseguidos à mesa de negociações". É justamente essa habilidade para obter soluções políticas que a organização precisa exercitar, depois de anos de passividade diante da guerra na Síria, período em que a Rússia protegeu seu aliado, o ditador Bashar al-Assad, usando seu poder de veto no Conselho de Segurança repetidas vezes.

Guterres chega com credenciais sólidas. Será o primeiro ex-chefe de governo a comandar a ONU -foi primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002. Além disso, atuou como alto comissário das Nações Unidas para os refugiados (2005-2015). Por isso, espera-se que apresente com rapidez um plano de paz oficial para o conflito sírio.

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A crise no país árabe não deverá ser o único foco de preocupação para o português. A impotência da organização multilateral em face da guerra civil no Sudão do Sul, que já dura três anos, também é alvo de críticas.

As tropas de paz despachadas para o país africano (13 mil militares) não conseguiram assegurar a proteção dos civis que buscaram abrigo em bases da ONU. Paralelamente, a proposta norte-americana de impor um embargo sobre a importação de armas pelo Sudão do Sul foi vetada pelo Conselho de Segurança.

Na República Centro-Africana, integrantes das forças de paz são acusados de abusar de mulheres e crianças. Os desmandos de Kim Jong-un na Coreia do Norte também são fonte de tensão.

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E há também um forte receio quanto ao status da relação da ONU com os EUA sob Donald Trump. Na semana passada, o presidente eleito disse que o órgão é "uma perda de tempo e de dinheiro", e mais causa do que resolve problemas.

Alguns dias antes, quando da aprovação de uma resolução exigindo o fim das construções em assentamentos israelenses nos territórios palestinos, ele havia comparado a entidade a um "clube para se divertir". O republicano também ameaça enterrar o Acordo de Paris, um dos principais legados do antecessor de Guterres, Ban Ki-moon.

A seguir a íntegra do discurso que ele deve pronunciar no domingo (1º), em Nova York:

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"Neste primeiro dia como secretário-geral das Nações Unidas, há, sobretudo, uma pergunta que me assalta a consciência:

Como ajudar os milhões de seres humanos vítimas de conflitos e que sofrem enormemente em guerras que parecem não ter fim?

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Populações civis em vários pontos do globo são destroçadas sob a mais letal violência. Mulheres, crianças e homens são mortos ou feridos, vendo-se forçados a abandonar os seus lares, tudo perdendo. Até mesmo hospitais e comboios humanitários são atingidos sem consideração.

Nestas guerras não há vencedores; todos perdem. Gastam-se bilhões de dólares na destruição de sociedades e economias, alimentando ciclos de desconfiança e medo que podem perpetuar-se por gerações. Vastas regiões do planeta estão inteiramente desestabilizadas e um novo fenômeno de terrorismo global ameaça a todos.

Neste primeiro dia do ano, peço a todos que partilhem comigo um propósito de Ano Novo:

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Façamos da paz a nossa prioridade.

Façamos de 2017 um ano em que todos -cidadãos, governos, dirigentes- procurem superar as suas diferenças.

Seja através da solidariedade e da compaixão nas nossas vidas quotidianas, seja através do diálogo e do respeito, independentemente das divergências políticas. Seja por via de um cessar-fogo num campo de batalha ou mediante entendimentos conseguidos à mesa de negociações para obter soluções políticas.

A procura do bem supremo da paz deve ser o nosso objetivo e o nosso princípio orientador.

A dignidade e a esperança, o progresso e a prosperidade -enfim, tudo o que valorizamos como família humana- depende da paz.

Mas a paz depende de nós.

Apelo a todos para que partilhem comigo este compromisso para com a paz hoje e todos os dias.

Façamos de 2017 um ano de paz."

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