Uma quadrilha suspeita de tráfico de drogas, extorsão, concussão, roubo, furto, estelionato e receptação foi presa nesta sexta-feira (9) em uma operação deflagrada pelo Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep). A Operação Cartigat resultou na prisão de oito pessoas suspeitas de envolvimento com a organização criminosa – entre elas dois policiais civis.
A ação reuniu cerca de 70 policiais civis e militares e aconteceu em Curitiba, Piraquara e Pinhais, na Região Metropolitana. Foram cumpridos sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão.
A operação contou com a participação de policiais do Diep, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) – unidades de elite das polícias civil e militar, respectivamente - além da Corregedoria da Polícia Civil e do Grupamento de Operações Aéreas.Durante seis meses, policiais do Diep monitoraram a atuação desta quadrilha.
Existia um núcleo principal, que contava com a participação de três pessoas, das quais um policial civil. A este núcleo somavam-se outros membros responsáveis por indicar pessoas em situações irregulares a fim de que a organização criminosa pudesse praticar roubos, concussões e extorsões.Um dos modus operandi da quadrilha consistia em, primeiramente, identificar pessoas envolvidas com o tráfico de drogas, com roubos ou furtos, para depois fazer abordagens e se apropriar de objetos ilícitos.
Os policiais ainda cobravam vantagens indevidas para que não prendessem estes criminosos.Em um dos casos investigados pelo Diep, os membros da quadrilha localizaram uma residência onde ladrões guardavam os produtos provenientes dos furtos e roubo e, após ameaçarem os criminosos, eles se apropriaram de diversos objetos como televisões e até mesmo um carro utilizado em outros crimes. Outra vertente desta organização criminosa era o tráfico de drogas, que contava com uma vasta cadeia de colaboradores responsáveis por fornecer, revender e estocar os entorpecentes.
Eles vendiam LSD, crack, maconha, cocaína e haxixe. De acordo com a investigação do Diep, os criminosos abordavam os traficantes, exigiam dinheiro para não prendê-los e tomavam o entorpecente. Uma das pessoas presas durante a operação utilizava o próprio filho adolescente para vender drogas na casa do avô. Nas residências dos investigados, os policiais apreenderam cerca de R$ 7 mil em dinheiro, pássaros silvestres e cinco armas irregulares: uma pistola Glock, dois revólveres e duas espingardas.
Além disso, eles encontraram maconha, ecstasy, anabolizante, balança de precisão, colete balístico de uma empresa de segurança, uma máquina usada para prensar droga e aproximadamente 300 munições de calibres diversos. Os policiais ainda recuperaram um carro e uma moto roubada e apreenderam um Audi usado pela quadrilha.
Corregedoria
Policiais da Corregedoria Geral da Polícia Civil participaram do cumprimento dos mandados envolvendo os policiais civis. Paralelamente ao procedimento criminal, a Corregedoria está apurando eventuais responsabilidades administrativas dos servidores públicos. A direção da Polícia Civil do Paraná enfatiza que qualquer ato em desconformidade com as regras de conduta contidas nas leis e no estatuto da Polícia Civil será rigorosamente apurado.
Durante o cumprimento de mandado de prisão na residência de um dos policiais, foi apreendido um veículo com chassi adulterado, munições de uso restrito e permitido sem documentação para sua posse e diversos eletrônicos, além de R$ 7 mil em dinheiro. Outro policial foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua casa, onde duas armas foram apreendidas. Os policiais vão verificar se ele tinha registro destas armas.
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