MAIS LIDAS
VER TODOS

Geral

Após apelo presidencial, premiê italiano deve adiar sua renúncia

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, reuniu-se com o presidente Sergio Mattarella nesta segunda-feira (5) e apresentou a sua demissão, já anunciada na véspera. Mattarella pediu, no entanto, que Renzi adi

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 05.12.2016, 18:10:36 Editado em 05.12.2016, 18:15:04
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

DIOGO BERCITO

continua após publicidade

MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, reuniu-se com o presidente Sergio Mattarella nesta segunda-feira (5) e apresentou a sua demissão, já anunciada na véspera.

Mattarella pediu, no entanto, que Renzi adie sua renúncia até depois da aprovação do orçamento de 2017, o que pode acontecer já na sexta-feira (9). O atraso deve agravar a incerteza política.

continua após publicidade

Renzi renunciou ao cargo após ter sido derrotado no referendo de domingo (4), cumprindo a ameaça feita durante a sua campanha.

O resultado da votação foi lamentado ao redor do continente como mais um sinal da crise política. Os partidos populistas, no entanto, celebraram a vitória do "não".

O presidente Mattarella deve se reunir com os principais partidos políticos depois da demissão de Renzi para nomear o substituto -que deverá permanecer no posto durante a transição. O processo pode durar semanas.

continua após publicidade

Há nomes cotados para o cargo, como os ministros Pier Carlo Padoan (Finanças) e Dario Franceschini (Cultura). O resultado dependerá, porém, dos acordos políticos.

O Partido Democrático, de Renzi, e o Força Itália, do ex-premiê Silvio Berlusconi, preferem a formação de um governo sem convocar novas eleições. O pleito está, por ora, previsto para 2018.

Mas o movimento antissistema Cinco Estrelas e o Liga Norte, xenófobo, têm pedido que haja eleições antecipadas, o que lhes beneficiaria.

continua após publicidade

Eles têm pressa porque as leis eleitorais podem ser modificadas antes do pleito de 2018, ameaçando as suas ambições políticas. Com a regra atual, o vencedor das eleições recebe a maioria automática no Parlamento.

INCERTEZA

continua após publicidade

O resultado do referendo foi recebido com desalento por governos europeus e pelos mercados globais. Há ansiedade em relação aos bancos italianos, que poderão precisar ser resgatados.

Frank-Walter Steinmeier, ministro das relações exteriores da Alemanha, disse que o resultado representa uma "preocupação".

A derrota de Renzi foi, porém, comemorada por políticos como Marine Le Pen, do partido francês de extrema-direita Frente Nacional.

continua após publicidade

Os italianos teriam, segundo Le Pen, se somado "à lista daqueles que querem dar as costas às políticas absurdas que estão mergulhando o continente na pobreza".

Há temor de que a Itália, em crise, conteste sua participação na União Europeia durante os próximos anos.

O movimento populista Cinco Estrelas, assim como a Frente Nacional, é avesso à integração europeia e poderia desencadear uma crise no bloco europeu -somando-se ao "brexit", a decisão britânica de separar-se da UE.

continua após publicidade

Mas o referendo italiano não estava diretamente vinculado à União Europeia. Esse tema não foi votado pelos cidadãos. Parte deles votou no "não" como maneira de punir o governo, em meio à estagnação da economia.

SENADO

A reforma constitucional proposta pelo premiê Renzi, rejeitada por 59,1% dos votos, teria sido a maior mudança na Constituição italiana desde o final da Segunda Guerra (1939-1945).

O texto propunha simplificar a burocracia do país, acelerando a aprovação de leis.

O principal ponto em discussão era a redução do Senado em número de senadores e em poderes. A paridade entre Senado e Câmara é criticada pelo governo como um entrave a suas políticas.

Renzi propunha que o número de senadores passasse de 315 a 100 e que a Casa não pudesse mais dissolver governos ou aprovar orçamentos. O Senado deixaria de aprovar leis, salvo nos casos em que houvesse uma modificação na Constituição.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Geral

    Deixe seu comentário sobre: "Após apelo presidencial, premiê italiano deve adiar sua renúncia"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!