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Doentes que ganharam atenção com 'balde de gelo' enfrentam falta de remédio

JAIRO MARQUES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de ganharem notoriedade com a campanha "balde de gelo", pessoas que convivem com ELA (sigla da doença degenerativa esclerose lateral amiotrófica) estão tendo que encarar mais um problema básico: a falta de

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.10.2016, 21:07:09 Editado em 28.10.2016, 21:10:10
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JAIRO MARQUES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de ganharem notoriedade com a campanha "balde de gelo", pessoas que convivem com ELA (sigla da doença degenerativa esclerose lateral amiotrófica) estão tendo que encarar mais um problema básico: a falta de distribuição pelo SUS do único medicamento indicado para a enfermidade, o Riluzol.

Há relatos de até sete meses de ausência do remédio, que tem custo aproximado de R$ 1.000 e é entregue aos pacientes em farmácias especializadas, voltadas a medicamentos de alta complexidade.

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Em São Paulo, o problema se arrasta há pelo menos três meses, segundo reclamações de pacientes à Associação Pró-Cura da Ela. Rio Grande do Sul e Pernambuco acumulam a maior quantidade de queixas por falta do remédio.

Sem o Riluzol, que visa prolongar a vida das pessoas com ELA com mais qualidade, o avanço de consequências da doença, como dificuldade respiratória, pode se acentuar e complicar o quadro geral dos pacientes.

A advogada Alexandra Szafir, 50, que devido à evolução da ELA precisa, atualmente, estar ligada a aparelhos para conseguir respirar, afirma que não consegue a medicação há três meses.

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"Tomo duas vezes por dia. O Riluzol é o único remédio capaz de prolongar a vida de quem tem ELA. Portanto, as consequências da sua falta são trágicas", diz a advogada, que usa um software que permite a digitação com os olhos para se comunicar.

ARRECADAÇÃO

Em 2014, a campanha mundial do "balde de gelo", que mobilizou celebridades, artistas e pessoas comuns, arrecadou no país cerca de R$ 600 mil, destinados à Associação Pró-cura da ELA. Nos EUA, a arrecadação foi de US$ 115 milhões.

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A maior parte do dinheiro, 85%, foi usada para a compra de equipamentos fundamentais para a vida de pessoas com ELA mais avançada, como respiradores, tecnologia de comunicação e colchões especiais, de acordo com Jorge Abdalla, presidente da instituição, que não tem fins lucrativos.

Governos

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Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que a aquisição e a distribuição do medicamento é de responsabilidade dos Estados e que ressarce os custos.

"O Ministério da Saúde esclarece que os repasses de ressarcimento estão regulares e não recebeu notificações dos Estados sobre dificuldade de aquisição", afirma.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo negou que esteja havendo falta do Riluzol. Afirma que os problemas são pontuais. A medicação da advogada Szafir, por exemplo, estaria "à disposição", segundo a pasta.

Já a secretaria pernambucana da saúde declarou por meio de nota que "finalizou o processo de aquisição do medicamento Riluzol".

"No entanto, no início desta semana, o fornecedor responsável pela envio da medicação informou que o laboratório fabricante do medicamento suspendeu a produção do mesmo", afirmou.

Segundo a secretaria do Estado, está havendo diálogo com o fornecedor "para definir as providências que devem ser tomadas para garantir o abastecimento da Farmácia de Medicamentos Excepcionais de Pernambuco".

Questionada pela reportagem, a secretaria do Rio Grande do Sul não respondeu até a conclusão desta edição.

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