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Polícia brasileira mata em 6 dias o mesmo que a britânica em 25 anos

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Diariamente, ao menos nove pessoas morrem em decorrência de intervenções policiais no Brasil, de acordo com dados do 10º Anuário de Segurança Pública. Realidade completamente oposta têm os países europeus. Um l

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.10.2016, 13:07:38 Editado em 28.10.2016, 13:10:09
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DIOGO BERCITO

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MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Diariamente, ao menos nove pessoas morrem em decorrência de intervenções policiais no Brasil, de acordo com dados do 10º Anuário de Segurança Pública. Realidade completamente oposta têm os países europeus.

Um levantamento feito pelo jornal britânico "Guardian" em 2015 registrou 55 disparos fatais na Inglaterra e no país de Gales entre 1990 e 2014, entre uma população de 56 milhões de pessoas (equivalente à soma dos Estados de São Paulo e Paraná).

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A cada seis dias, o número de mortos pela polícia no Brasil se iguala a essa marca atingida em duas décadas e meia no Reino Unido.

A Islândia, uma gélida ilhota no norte do continente, tem um recorde ainda mais invejável. Em 72 anos apenas uma pessoa morreu por um disparo policial. O país tem cerca de 320 mil habitantes (menos do que Jundiaí, em São Paulo).

De tão inusitada, a única vítima policial na Islândia tornou-se notícia, em 2013. A polícia em seguida pediu desculpas à família do atirador, que havia disparado contra as forças de segurança.

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Segundo os estudos de Paul Hirschfield, professor de sociologia na Universidade Rutgers (EUA), uma das explicações para a baixa mortalidade por disparos policiais na Europa se deve ao fato de que parte das forças de segurança não estão armadas nesse continente.

A maior fração da polícia do Reino Unido, por exemplo, não carrega armas.

"A polícia é forçada a encontrar saídas não letais, o que lhe dá mais legitimidade", disse à reportagem. "O público vê os policiais como funcionários, e não inimigos."

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Também é relevante que o treinamento policial seja longo e centralizado (três anos na Noruega, afirma), reforçando as instruções sobre o uso das armas de fogo. "Os policiais europeus são treinados como profissionais."

Hirschfield aponta que a Convenção Europeia de Direitos Humanos, que entrou em vigor em 1953, condena toda a violência policial extrema.

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O texto da convenção diz que o uso de força potencialmente letal está restrito a um conjunto bastante restrito de circunstâncias. Em resumo: apenas quando for necessário para proteger uma vida.

No Brasil, os policiais também são alvos de assassinatos. Segundo o anuário, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ao menos um é morto diariamente durante o expediente ou fora dele.

CIRCUNSTÂNCIA

O contexto de ação dos policiais europeus é bastante distinto do americano, onde há mais acesso a armas de fogo, e também do brasileiro.

Para Hirschfield, isso significa que os policiais já esperam deparar-se com pessoas armadas quando estão a serviço, o que faz com que eles decidam mais rapidamente recorrer à violência.

Além das fatalidades resultantes dos disparos, o Reino Unido registrou outras mortes causadas pela polícia.

A Comissão Independente de Queixas Policiais informou à reportagem que houve, entre abril de 2015 e abril de 2016, 14 mortes durante detenções ou como sua consequência. Houve também 60 suicídios após as detenções e 20 acidentes de tráfego (por exemplo, durante uma perseguição policial).

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