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Reunião do Partido Comunista pode reforçar poder de líder chinês

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Partido Comunista da China precisa de regras que fortaleçam o "cerne de sua liderança", disse um dos principais jornais oficiais do país nesta segunda (24), insinuando uma centralização ainda maior do poder na figura do pres

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.10.2016, 14:53:09 Editado em 24.10.2016, 14:55:04
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Partido Comunista da China precisa de regras que fortaleçam o "cerne de sua liderança", disse um dos principais jornais oficiais do país nesta segunda (24), insinuando uma centralização ainda maior do poder na figura do presidente chinês, Xi Jinping, após décadas de comando coletivo pelo partido.

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Os líderes do PC chinês, que tem 88 milhões de afiliados, iniciaram nesta segunda, em Pequim, sua reunião anual. A expectativa é que o encontro de cúpula reforce o poder do presidente do país, Xi Jinping.

No encontro, 400 dirigentes da legenda, reunidos a portas fechadas em um hotel fortemente protegido, debaterão por quatro dias a gestão do país mais populoso do planeta.

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Após a edição de 2015 desse encontro, foi anunciado o fim da política do filho único, com a autorização para que todos os casais possam ter duas crianças.

Neste ano, a expectativa é sobre desdobramentos da política interna da legenda, como a luta contra a corrupção, informou a agência oficial Xinhua.

O partido também anunciou que iria debater regras internas à legenda adotadas em 1980, para evitar qualquer culto à personalidade depois que o governo do presidente Mao Tse-tung mergulhou o país na anarquia durante a Revolução Cultural (1966-1976).

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As regras foram concebidas para cristalizar a ideia de que o poder não pode ser depositado nas mãos de uma única pessoa, ou um grupo pequeno de pessoas como a "Gangue dos Quatro", liderada pela viúva de Mao, que tentou tomar o poder após a morte do marido, em 1976.

Em um longo texto publicado na primeira página, o "People's Daily" afirmou nesta segunda (24) que, desde 1980, as regras fizeram com que a vida política interna do partido "voltasse ao normal" e ajudaram a abrir as portas para três décadas de crescimento econômico vigoroso. Mas agora, 36 anos depois, novas regras devem ser estabelecidas.

Isso irá "forjar um cerne de liderança ainda mais forte e energético, pronto e esperando para guiar a China em seu novo ponto de partida."

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Observadores da China também estão de olho na disputa interna por poder, já que o plenário deve começar a preparar o congresso do partido, em 2017, que vai marcar o início do próximo período de cinco anos de Xi como chefe da legenda.

Também no próximo ano, deve haver uma grande renovação na cúpula do partido.

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CENTRALIZAÇÃO

Desde sua chegada ao poder, no fim de 2012, o secretário-geral do PC chinês, Xi Jinping, também presidente, ampliou seu controle sobre o partido. É o líder comunista que controla mais âmbitos de poder desde Mao.

Sua campanha anticorrupção destruiu antigos redutos considerados intocáveis, como o do antigo chefe dos serviços de segurança, Zhou Yongkang, e paralisou dirigentes de patentes inferiores.

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Desde 2013, mais de um milhão de membros do Partido foram punidos por corrupção, indicou neste fim de semana a comissão central de disciplina do PC. Há quem veja, além da limpa em práticas conhecidamente corruptas, uma forma de afastar os dissidentes, da parte de Xi.

As tentativas de reformas das empresas estatais, que controlam partes inteiras da economia, mas são pouco rentáveis, sofrem com a resistência dos dirigentes, que tentam preservar seus interesses.

"Estas reformas não deram nenhum resultado nestes últimos três anos", analisa o especialista em política chinesa na universidade de Harvard, Anthony Saich.

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"Evidentemente, Xi encara o partido como o único vetor que pode fazer as reformas avançarem. Não confia nem na sociedade, nem no Estado", acrescenta.

No plenário, "haverá manobras tanto entre os que apoiam Xi como entre os que se sentem ameaçados pela campanha anticorrupção e pelas eventuais novas reformas no setor público", antecipa Saich.

"Xi Jinping é muito ambicioso em sua tomada de poder", conta Willy Lam, da universidade chinesa de Hong Kong. "Apenas uma pessoa no seio do partido tem o direito de definir quais são as regras políticas: Xi Jinping."

O plenário é a ocasião para Xi "reforçar sua postura de chefe e a base de seu poder", afirma Mao Shoulong, da Universidade do Povo de Pequim.

A luta anticorrupção obteve avanços em setores outras vezes intocáveis, explica. Mas sua eficácia tem o efeito perverso de fragilizar o PC, segundo um editorial publicado na semana passada em uma importante revista do partido, Qiushi ("Buscar a verdade").

A campanha permitiu punir centenas de milhares de membros, mas também "mostra a amplitude e a gravidade da corrupção no seio do partido", o que "enfraquece gravemente as bases do regime e a capacidade de governar do PC", reconhece o editorial.

Para seus opositores, a luta anticorrupção serve como ferramenta política na batalha entre facções rivais no seio do partido. E sem grandes reformas, a corrupção persistirá.

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