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Direita avança em voto municipal no Chile, e aliança de Bachelet vê queda

SYLVIA COLOMBO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A um ano da votação presidencial, o Chile teve neste domingo (23), com eleições municipais em todo o país, um termômetro do que deve ser a disputa em 2017. A aliança de centro-esquerda atualmente no governo, a

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.10.2016, 13:02:57 Editado em 24.10.2016, 13:05:12
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SYLVIA COLOMBO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A um ano da votação presidencial, o Chile teve neste domingo (23), com eleições municipais em todo o país, um termômetro do que deve ser a disputa em 2017.

A aliança de centro-esquerda atualmente no governo, a Nueva Mayoria, encolheu devido ao desgaste da gestão Michelle Bachelet.

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Já a direita, representada pela coalizão Chile Vamos, se expandiu, conquistando algumas cidades consideradas chave no mapa eleitoral chileno, como a comuna de Santiago (não se trata da cidade toda, apenas do centro mais importante da capital). Dos dez maiores municípios do país, oito ficaram com a aliança direitista.

A eleição teve alto nível de abstenção (66%), e o resultado final mostrou o Chile Vamos como vencedor ao obter 38,5% dos votos, aumentando o número de cidades em seu poder, de 121 a 142. Já a Nueva Mayoria alcançou 37% dos votos, reduzindo o número de municípios em que governa de 167 a 144.

O desgaste do Nueva Mayoria está relacionado a dificuldades da presidente Bachelet em cumprir, junto a seu eleitorado, algumas de suas promessas de campanha.

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A principal delas era convocar uma assembleia constituinte para redigir uma nova Constituição para o país -a atual ainda é a imposta pela ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990), em 1980.

Nela, estariam incluídas uma reforma educacional -reivindicação que levou milhares de jovens às ruas em 2011, leis que minimizariam a desigualdade da distribuição de recursos e atuação do Estado -principalmente no Sul do país, mais empobrecido-, e avanços em direitos civis.

A promessa de aprovar uma lei de aborto (para casos de estupro, má-formação do feto e risco de vida para a mãe) passou pela Câmara dos Deputados, mas está travada no Senado -o Chile possui uma das legislações mais rígidas no mundo, pois o aborto é proibido e penalizado em qualquer hipótese. Também estão parados no Parlamento projetos para aprovação do casamento gay e da legalização da maconha para uso medicinal.

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Ajudaram a desgastar ainda mais a gestão o envolvimento de familiares de Bachelet em casos de corrupção e a desaceleração da economia devido à crise das "commodities". Espera-se, para 2016, um crescimento de apenas 1,7%, uma queda brusca com relação a uma média que se manteve sustentável nos últimos anos.

O novo contexto fez com que Bachelet, que havia deixado seu primeiro mandato (2006-2010) com mais de 80% de aprovação, e sido reeleita em 2013 com 62% dos votos, sofresse um duro golpe em sua popularidade, que chegou a seu ponto mais baixo, 15%, em agosto. A presidente realizou, então, mudanças em seu gabinete e prometeu avançar para cumprir o prometido antes do fim do mandato. Em outubro, conseguiu se recuperar um pouco, e agora sua aprovação encontra-se em 23% (segundo a consultora Adimark).

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CORRIDA ELEITORAL

A crise política e econômica acelerou a corrida presidencial, e os primeiros a se apresentarem como pré-candidatos são o ex-presidente conservador Sebastián Piñera (2010-2014), que já lidera as sondagens, e o centro-esquerdista e também ex-presidente de centro-esquerda Ricardo Lagos (2000-2006). Bachelet revelou preferência para que a candidata da Nueva Mayoria seja a ex-presidente do Senado Isabel Allende, filha de Salvador Allende (1908-1973).

No domingo, após os resultados, Piñera celebrou: "Animem seus corações, porque tempos melhores estão vindo", disse à imprensa local.

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Enquanto isso, vem crescendo a popularidade de alguns ex-líderes dos protestos estudantis de 2011, como Giorgio Jackson e Gabriel Boric. Porém, ambos têm apenas 30 anos e portanto não estão habilitados a concorrer ao cargo de presidente.

ESPERANÇA INDEPENDENTE

A boa notícia para a esquerda nas eleições deste domingo (23) foi a vitória do candidato independente Jorge Sharp, sem partido, de 31 anos, também projetado pelas manifestações estudantis, como prefeito de Valparaíso, a segunda maior cidade chilena.

Sharp é de esquerda, mas não se alinha à coalizão governista Nueva Mayoria, e venceu os candidatos de partidos tradicionais.

"Hoje se expressaram a maioria dos esquecidos, explorados e abandonados, que estão começando a pegar a política com suas próprias mãos", declarou após a divulgação do resultado. Sharp derrotou os candidatos dos partidos tradicionais locais.

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