SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O jovem brasileiro François Patrick Gouveia, 19, suspeito de ter esquartejado o tio e a mulher dele e matado os dois filhos do casal, de um e quatro anos, em Pioz, na província de Guadalajara, na Espanha, entregou-se no Brasil e viajou a Madri para depor voluntariamente à Guarda Civil espanhola.
Segundo o advogado de Gouveia, Eduardo Araújo, a viagem voluntária foi acertada depois de uma série de conversas entre ele e as autoridades espanholas.
"Se entrega porque sabe que na prisão no Brasil não sobreviveria. [Na Espanha], o advogado vai tentar diminuir a pena por conta dos problemas mentais [de Gouveia]", disse o irmão de uma das vítimas e tio do suspeito ao "El País".
Sem um mandado de prisão aqui no Brasil, Gouveia pode viajar sozinho em um voo convencional, com escalas em Recife e em São Paulo. O avião chegou à capital espanhola por volta das 9h (de Brasília) desta quarta.
Assim que chegou à Europa, o jovem foi detido pela Guarda Civil, que afirma ter "muitos indícios razoáveis e provas indubitáveis" de que ele foi o autor material do crime. Segundo Araújo, Gouveia nega a autoria.
Na semana passada, um funcionário do governo espanhol afirmou que o GPS do telefone celular do suspeito indicou que estava na casa de Pioz no dia do crime.
Além disso, os investigadores acrescentaram que o jovem suspeito apresenta um perfil psicótico. Em 2013, Gouveia, então aos 16 anos, esfaqueou um professor em sala de aula e cumpriu 45 dias de medida socioeducativa.
Entre os indícios citados, os investigadores apontaram que ele trocou apressadamente sua passagem de avião para voltar ao Brasil em 20 de setembro, dois dias depois da descoberta dos cadáveres.
O ministério das Relações Exteriores da Espanha havia solicitado ao Brasil a detenção de Gouveia, mas o governo brasileiro não poderia entregar o jovem em virtude do tratado bilateral de extradição.
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