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Alvo de ofensiva militar, Mossul foi trampolim para ascensão do EI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A esperada operação militar para tomar das mãos de extremistas a cidade iraquiana de Mossul, iniciada nesta segunda-feira (17), promete reverter em definitivo o movimento que, há mais de dois anos, fez emergir aos olhos do mun

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 17.10.2016, 18:37:15 Editado em 17.10.2016, 22:24:07
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A esperada operação militar para tomar das mãos de extremistas a cidade iraquiana de Mossul, iniciada nesta segunda-feira (17), promete reverter em definitivo o movimento que, há mais de dois anos, fez emergir aos olhos do mundo a facção terrorista Estado Islâmico (EI).

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Quando essa organização tomou controle de Mossul ganhou acesso a armas abandonadas pelo Exército Iraquiano e aumentou sua capacidade de recrutar combatentes e arrecadar finanças.

De fato, a tomada de Mossul foi um trampolim para que o EI expandisse seu domínio sobre partes do Iraque e da vizinha Síria. A expansão territorial do EI desde a tomada de Mossul, considerada a capital da facção no Iraque, também permitiu que a facção organizasse atentados terroristas em outras partes do planeta, preocupando líderes mundiais.

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A QUEDA DE MOSSUL

A queda de Mossul nas mãos dos extremistas, em junho de 2014, foi tão espetacular quanto inesperada. Em apenas quatro dias de batalha, cerca de 1.300 combatentes do EI e de outras milícias sunitas aliadas tomaram os principais pontos de poder da cidade enfrentando pouquíssima resistência das forças de segurança do Iraque, que tinham ao seu dispor 60 mil soldados.

O retumbante fracasso em Mossul foi indicativo da estrutura corrupta que dava sustentação às Forças Armadas do Iraque. Muitos soldados pagavam propina para não terem de trabalhar, e os principais comandantes do Exército fugiram da cidade em helicóptero durante da ofensiva dos extremistas.

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Há de se notar, também, o apoio inicial, ainda que tácito, de parte considerável dos habitantes de Mossul ao avanço do EI. A comunidade sunita do Iraque, maioria na cidade, foi marginalizada desde a chegada ao poder em 2006 do grupo xiita, liderado pelo premiê Nouri al-Maliki, após a queda do ditador Saddam Hussein.

Extremistas já controlavam parcialmente Mossul antes mesmo da tomada definitiva da cidade pelo EI. Os milicianos costumavam cobrar taxas dos comerciantes, arrecadando até 8 milhões de dólares (R$ 25 milhões) por mês.

O levante sunita na Síria, no contexto da guerra civil, ajudou a alimentar o ressentimento dos sunitas iraquianos em relação a seu próprio governo. Antigos soldados de Saddam, aliado dos sunitas, também decidiram se unir às fileiras dos extremistas. Quando as milícias sunitas lideradas pelo EI avançaram sobre Mossul, civis ajudaram a expulsar soldados iraquianos, apedrejando-os.

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As esperanças dos sunitas iraquianos em Mossul e em outras partes do país de uma vida melhor sob o EI foram gradualmente frustradas pelo estrito modo de vida ditado pela facção fundamentalista.

Após uma ascensão vertiginosa, o EI passou nos últimos meses a perder territórios no Iraque a na Síria, graças ao isolamento internacional, ao avanço de forças rivais em solo e aos bombardeios realizados pelas coalizões lideradas por EUA e Rússia.

A expulsão definitiva dos extremistas de Mossul seria o maior revés enfrentado pelo EI até agora. A cidade é o último bastião da milícia no Iraque, embora ainda mantenha controle sobre vilarejos e zonas de deserto no país.

A megaoperação para a retomada de Mossul é liderada pelas forças de segurança do governo iraquiano, e conta com o suporte de soldados peshmerga curdos e de milícias árabes sunitas e xiitas, além dos ataques aéreos da coalizão internacional encabeçada pelos EUA.

Teme-se que a batalha provoque uma crise humanitária sem precedentes, deixando os cerca de 1,5 milhão de habitantes de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, vulneráveis a deslocamentos forçados e a serem utilizados de escudo humano pelos extremistas.

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